Distúrbio é caracterizado pela interrupção repetitiva da respiração, gera sonolência diurna, ronco, além de conduzir a longo prazo a alterações cardiovasculares e depressão
Sonolência aliada ao ronco pode ser um grande indício da apneia do sono. A doença, caracterizada pela interrupção da respiração, várias vezes durante o sono, acomete entre 2% e 4% da população adulta, de acordo com estudo da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica do Hospital das Clínicas – FMUSP, o que no Brasil representa até 7,4 milhões de habitantes. O diagnóstico é relativamente simples, mas o tratamento da doença é bastante negligenciado. Há pessoas que convivem anos com os sintomas a ponto de se habituar com eles. Quem acaba insistindo para que o paciente procure o médico é quem convive com o roncador, pois não consegue dormir devido à intensidade do barulho.
Porém, muitos não sabem que a apneia pode trazer consequências que prejudicam a qualidade de vida do paciente, como a hipersonolência diurna e alterações cardiorrespiratórias. Como o paciente tem respiração interrompida durante o sono, ele acorda com frequência e tem sono superficial, de má qualidade. A longo prazo, a apneia pode conduzir a importantes alterações cardiovasculares, como hipertensão, insuficiência cardíaca e arritmias, e neuropsicológicas, como depressão, prejuízo das funções cognitivas, atenção, memória e aprendizado. O ronco, por sua vez, pode interferir de forma significativa na vida social do paciente.
Leia mais:
Projeto de Londrina que oferece música como terapia para Alzheimer é selecionado em edital nacional
Unindo religião e ciência, casa católica passa a abrigar consultório psicológico gratuito na zona sul
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
Ministério da Saúde inclui transtornos ligados ao trabalho na lista de notificação compulsória
Uma das causas da apneia é o desvio de septo e, segundo estudos da Academia Americana de Otorrinolaringologia, a melhor solução nestes casos é a realização de uma cirurgia plástica denominada rinoplastia estruturada, técnica que alia a funcionalidade respiratória a estética. Segundo o cirurgião plástico Dr. Alan Landecker, Membro Titular e Especialista em Cirurgia Plástica pela SBCP - Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e também membro da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), a técnica operatória ajuda a manter as estruturas do nariz estáveis, evitando que a cartilagem volte para o estágio inicial e, conseqüentemente, faça o paciente ter novamente dificuldade respiratória. "É preciso realizar uma avaliação para identificar a causa do quadro de apneia e verificar se a rinoplastia é indicada para esta pessoa", explica Dr. Alan.
"Utilizamos vigas de cartilagem e pontos de fixação para estabilizar a estrutura do nariz. Dessa forma, é menos provável que as forças de cicatrização e a memória da cartilagem façam o septo voltar ao estágio inicial de desvio. O resultado é um nariz com sua funcionalidade totalmente recuperada, otimizando a função respiratória do paciente", completa o cirurgião plástico. Os estudos da Academia Americana de Otorrinolaringologia mostram que essa técnica cirúrgica melhora a respiração, a qualidade do sono e da vida do paciente.
Rinoplastia estruturada
A técnica denominada rinoplastia estruturada tem como princípios básicos separar a pele do nariz das estruturas ósseas e cartilaginosas, esculpir as cartilagens e os ossos de forma simétrica sob visão direta, melhorar o sistema respiratório e fortalecer o esqueleto nasal por meio de enxertos e pontos de fixação. O resultado é um nariz com estrutura esculpida e fortalecida. "Essa técnica difere da tradicional rinoplastia redutora, que reduz o esqueleto do nariz por meio da retirada de cartilagem e osso, enfraquecendo a sua sustentação e deixando o nariz vulnerável às forcas de distorção causadas pela respiração e pelo tecido de cicatrização", esclarece Dr. Landecker.
No final da cirurgia, a pele é readaptada sobre a nova estrutura. Um curativo de imobilização é aplicado para auxiliar a cicatrização dos tecidos. Na maioria dos casos, coloca-se uma pequena placa de silicone dentro das narinas para evitar sangramentos, auxiliar na estabilização das estruturas, manter o septo retificado durante o período inicial da cicatrização e possibilitar a respiração durante o pós-operatório. "A grande vantagem é a eliminação do uso de tampão. O paciente sai do hospital respirando pelo nariz", complementa. Cerca de 80% do inchaço desaparecem nos primeiros 90 dias de pós-operatório, mas os 20% restantes demoram de seis meses a um ano (com Sala de imprensa Prestige).