O planejamento sexual e reprodutivo é condição importante para a saúde das mulheres e homens adolescentes, jovens e adultos. Todos os indivíduos têm o direito de decidir de forma livre e responsável se querem ou não ter filhos(as), quantos filhos(as) desejam ter e em que momento de suas vidas.
Desta forma, todos têm direito à atenção em planejamento reprodutivo, ou seja, acesso aos métodos e técnicas para a concepção e a anticoncepção, mas também a informações e acompanhamento por um profissional de saúde, num contexto de escolha livre e informada. Também têm direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discriminação, imposição e violência.
É fundamental o envolvimento dos homens com relação à paternidade responsável, à prevenção de gestações não desejadas e à prevenção das DST/HIV/Aids. Por isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece várias opções de métodos contraceptivos e ações para auxiliar o planejamento sexual e reprodutivo, tanto para ajudar quem que ter filhos com orientações para a concepção, quanto para prevenir uma gravidez indesejada, fornecendo informações importantes e acesso a recursos para a anticoncepção, e prevenir as doenças sexualmente transmissíveis.
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Os métodos contraceptivos são recursos que podem ser comportamentais, medicamentosos, ou cirúrgicos, usados pelas pessoas para evitar a gravidez indesejada. Existem métodos femininos e masculinos, reversíveis e irreversíveis.
Os métodos reversíveis são aqueles que, como diz o nome, podem ser revertidos. Ou seja, quando a pessoa deixa de utilizá-los, poderá engravidar. Já os métodos irreversíveis, como a ligadura de trompas uterinas/ laqueadura e a vasectomia, são aqueles que, após utilizados, é muito difícil a pessoa recuperar a capacidade de engravidar. Por isso, para optarem por esses métodos as pessoas precisam estar seguras de que não querem mais ter filhos.
É importante lembrar que dentre todos os métodos contraceptivos, os preservativos feminino e masculino são os únicos que oferecem proteção contra doenças sexualmente transmissíveis, inclusive o HIV/aids e as hepatites virais.
A escolha do método anticoncepcional deve contar com o auxílio e orientação de um profissional de saúde que oriente quais os métodos disponíveis, como utilizá-los, quais as vantagens e desvantagens de cada um e avalie junto com a mulher, o homem ou os dois qual o método mais indicado para cada situação. Estar bem informado é fundamental para se fazer a melhor escolha.
Os e as adolescentes também têm direito ao acesso aos métodos contraceptivos, inclusive a pílula de emergência, e à confidencialidade e sigilo sobre sua atividade sexual e prescrição de métodos contraceptivos, não sendo necessário o consentimento ou participação dos pais/responsáveis nas consultas, conforme Estatuto da Criança e do Adolescente.
Pílula anticoncepcional combinada
São pílulas que contêm dois hormônios similares produzidos pelos ovários da mulher, o estrogênio e a progesterona. Podem ser usadas por quase todas as mulheres com segurança e eficácia. A pílula deve ser tomada, sem interrupções, durante 21 dias, de preferência no mesmo horário, todos os dias.
As pílulas combinadas podem ser usadas por mulheres de qualquer idade, a partir da primeira menstruação, desde que não apresentem nenhuma contraindicação para o seu uso.
Não deve ser utilizada durante a amamentação, pois interfere na qualidade e na quantidade do leite materno.
Minipílula anticoncepcional
É uma pílula que contém apenas um dos hormônios, a progesterona. Mais indicada durante a amamentação, iniciando o seu uso na 6ª semana após o parto.
Anticoncepcionais injetáveis
Os anticoncepcionais injetáveis também são feitos de hormônios similares aos das mulheres. Existem dois tipos de injetáveis: injetável mensal e injetável trimestral.Tal qual as pílulas anticoncepcionais, as injeções mensais são compostas de estrogênio e progesterona. Com a interrupção da injeção mensal, a fertilidade da mulher, que é a capacidade de engravidar, logo retorna, já com a trimestral, pode haver um atraso no retorno da fertilidade da mulher.
A injeção trimestral pode ser usada durante a amamentação e, nesse caso, seu uso deve ser iniciado seis semanas após o parto. Com o uso da injeção trimestral, é muito frequente a mulher ficar sem menstrua e, em média, o retorno da fertilidade pode demorar quatro meses após o término do efeito da injeção.
Diafragma
O diafragma, método anticoncepcional de barreira e não hormonal, é um anel feito de silicone ou látex, tem bordas firmes e flexíveis, praticamente não apresenta efeitos colaterais, nem contra indicações. O método é uma opção importante para mulheres que não se adaptam aos métodos hormonais e pode ser interrompido a qualquer momento.
As mulheres são diferentes, por isso existem diversos tamanhos de diafragma, sendo necessária a medição por profissional de saúde. O diafragma deve ser colocado em todas as relações sexuais antes de qualquer contato entre o pênis e a vagina e deve ser retirado oito horas após a última relação sexual.
Dispositivo intra-uterino – DIU
O DIU é um pequeno objeto de plástico revestido de cobre, colocado no interior da cavidade uterina com fins contraceptivos, de caráter temporário e reversível. Ele não provoca aborto, porque atua antes da fecundação.
É um método altamente eficaz, que não apresenta os efeitos colaterais do uso de hormônios e pode ser utilizada para previnir a gravidez por um período de até 10 anos. O DIU pode ser retirado no momento em que a mulher desejar, permitindo que ela volte imediatamente à sua capacidade de engravidar.
Não interfere nas relações sexuais nem na qualidade ou quantidade do leite materno. è contraindicado para mulheres que têm mais de um parceiro sexual, ou cujos parceiros têm outros parceiros/parceiras, e não usam preservativo em todas as relações sexuais.