Segundo estudo do Ibope - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, o Brasil possui atualmente 13,4 milhões de diabéticos. O número é alarmante. A doença pode afetar qualquer pessoa independente da idade, sexo ou raça. Além de apresentar inúmeras complicações. A neuropatia diabética é uma delas e acontece quando os nervos e os vasos sanguíneos do paciente sofrem lesões devido ao excesso de glicose no sangue, o que acarreta alterações na sensibilidade e na movimentação adequada dos pés.
O cuidado com os pés é fundamental para o diabético. Geralmente, quando acontece uma lesão no local, a pessoa não sente. E devido a má circulação a cicatrização fica comprometida. Assim, com o tempo essas feridas se transformam em úlceras. De acordo com o fisioterapeuta Francis Trombini, essa condição acomete 70% dos pacientes com mais de 60 anos e 85% das amputações são precedidas por úlceras. "Ao longo da vida dos diabéticos a incidência desse problema é de 25%, ou seja, um a cada quatro portadores desenvolvem úlceras nos pés", afirma.
O especialista explica que a sobrecarga imposta à sola dos pés do diabético neuropata é um dos fatores de grande predisposição ao surgimento dessas úlceras plantares, podendo resultar em amputação do pé, dedos e até mesmo da perna. "Isso acontece, pois o paciente não sente as possíveis pressões e dores nos pés ao caminhar no dia a dia. Então, não corrige o jeito de andar, nem adapta sua pisada. O acompanhamento médico e a avaliação das pressões plantares são de extrema necessidade para evitar diversos problemas," alerta Trombini.
Leia mais:
Projeto de Londrina que oferece música como terapia para Alzheimer é selecionado em edital nacional
Unindo religião e ciência, casa católica passa a abrigar consultório psicológico gratuito na zona sul
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
Ministério da Saúde inclui transtornos ligados ao trabalho na lista de notificação compulsória
Tratamento
Uma das recomendações do fisioterapeuta é o uso de palmilhas especiais. O objetivo é diminuir as pressões plantares e deste modo tratar ou até mesmo prevenir essas complicações. Os pacientes diabéticos devem também optar por calçados fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza.
Outra orientação é evitar sapatos apertados, duros, confeccionados em plástico, de couro sintético, com ponta fina, com saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos. E a utilização de calçados novos por mais de uma hora por dia até que estejam macios não é indicada. Vale lembrar que o diabetes bem controlado oferece poucos riscos aos seus portadores.