O cosmólogo britânico Stephen Hawking revelou publicamente que apoia a decisão de doentes terminais de se submeterem a um suicídio assistido.
"Nós não deixamos os animais sofrerem. Por que deixaríamos os humanos?", questionou o físico ao repórter Tim Muffett, da BBC, durante entrevista sobre um documentário de sua vida, prestes a ser lançado no cinema.
Em entrevistas anteriores, Hawking havia sido menos assertivo ao comentar o assunto, dizendo apenas que "onde há vida, há esperança".
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O cientista, que sofre de uma doença degenerativa, defendeu que familiares que ajudam um doente terminal a morrer não sejam processados pela Justiça.
Mas ressaltou que "devem haver garantias de que a pessoa (doente) deseja genuinamente dar um fim a sua vida, e que eles (os doentes) não estejam sendo pressionados para isso e não tenham suas vidas terminadas sem seu conhecimento ou consentimento".
Hawking, com 71 anos, é um dos mais conhecidos cientistas. Professor da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, ele é autor de best-sellers nos quais tenta explicar a física ao grande público.
O professor, que hoje só se movimenta auxiliado por meio de uma cadeira de rodas e só consegue se comunicar com ajuda do computador, tem uma doença neurológica degenerativa que gradualmente paralisa os músculos de seu corpo.
Ele foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ou doença de Lou Gehrig) em 1964, dois anos após se casar com sua primeira esposa, Jane. Hawking tinha 21 anos, e os médicos diziam que ele não viveria mais do que dois ou três anos.
Apenas 5% dos que sofrem com a doença conseguem sobreviver por mais de uma década.