Os governos da Província e da cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, declararam, nesta terça-feira, estado de emergência sanitária na região, que concentra o maior número de casos e de mortes relacionadas à gripe suína no país.
O estado de emergência sanitária inclui a antecipação das férias escolares para a próxima segunda-feira e o retorno às aulas somente no dia 3 de agosto, quando, espera-se, tenha passado a etapa mais intensa da circulação do vírus H1N1 e do inverno.
As aulas também foram suspensas em outras quinze das 23 Províncias argentinas que, no entanto, não declararam estado de emergência.
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As medidas da Província e da cidade de Buenos Aires foram anunciadas, conjuntamente, pelas autoridades de saúde e de educação dos dois governos.
"A emergência não é para alarmar a população, mas para acelerar medidas como a compra de medicamentos específicos, a convocatória de pessoal tanto para o sistema público quanto privado (de saúde) e a atenção mais ágil, em toda a rede clínica e hospitalar, à população", disse o secretário de Saúde da cidade de Buenos Aires, Jorge Lemus.
No período em que as aulas estiverem suspendas, as escolas serão desinfetadas e a merenda será entregue nas casas dos alunos que estudam em tempo integral.
O secretário de Educação da Província de Buenos Aires, Mario Oporto, afirmou que a suspensão das aulas por tanto tempo é "inédita" e pediu que os alunos evitem ônibus e aviões durante as férias.
Secretário da Província pediu que argentinos evitem aglomerações
"Creio que é uma medida inédita no país a suspensão das aulas por tanto tempo. Serão suspensas duas semanas antes do que estava programado e só voltam no dia 3 de agosto", disse.
"Seria recomendável que evitem ônibus e aviões durante estas férias, por precaução", afirmou Oporto.
Aglomeração
Já o secretário de Saúde da Província, Claudio Zin, recomendou que crianças e adultos evitem lugares com aglomerações de pessoas, como shoppings, cinemas, teatros e estádios de futebol.
"É para usarem estes dias (de férias) para ficar em casa, para evitar a circulação do vírus. Se puderem, nossa recomendação é que evitem passeios nos shoppings e lugares com muita gente", disse.
Segundo ele, não existe um "manual de como enfrentar" a gripe suína e, por isso, a situação está sendo avaliada diariamente.
De acordo com Zin, a Província de Buenos Aires, que tem mais de 10 milhões de habitantes, registrou 29 mortes relacionadas à gripe suína até o momento. O Ministério da Saúde argentino, no entanto, afirma que houve 26 mortes causadas pela gripe em todo o país.
A cidade de Buenos Aires, por sua vez, conta com seis casos confirmados da nova gripe e dez em estudo.
Um dos secretários de governo de Buenos Aires está com a doença e permanece em repouso, como confirmou o prefeito da cidade, Maurício Macri, nesta terça-feira.
O secretário de Saúde Claudio Zin afirmou ainda que uma autoridade do governo do México, onde o surto da doença teve início, irá a Buenos Aires para explicar que ações foram adotadas no país para combater a propagação do vírus.