O Hospital Amaral de Carvalho, em Jaú, a 300 quilômetros de São Paulo, resolveu inovar a humanização do tratamento para crianças com câncer.
As crianças tratadas ficam isoladas por terem baixa imunidade, o que pode atrapalhar o tratamento contra a doença. Porém, a 'reclusão' também afeta sua vida social e o convívio com a família, amigos, colegas de escola, em geral.
Pensando nisso, os médicos responsáveis e a equipe de pediatria se uniram em prol de uma ideia que solucionasse o problema e, no início deste mês, apresentaram o ursinho Elo. Um brinquedo relativamente simples, mas que ganhou o apoio da tecnologia. O ursinho reproduz mensagens de voz deixadas às crianças via Whatsapp.
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Segundo Claudia Teresa de Oliveira, médica hematologista e chefe da oncologia pediátrica do hospital, o brinquedo está em fase de avaliação pela equipe responsável, mas as crianças já aprovaram.
Para escutar as mensagens basta que a criança pressione um botão localizado na mão do urso. O dispositivo pode armazenar diversas mensagens.
"A ideia funciona melhor com as crianças menores que se encantam em poder ouvir a voz do tio, avô ou irmão", afirma Claudia. "Tudo o que a gente fizer em relação à humanização para minimizar o sofrimento que é inerente ao tratamento de câncer, que demanda muita hospitalização, muita quimioterapia, muito efeito colateral, é importante; qualquer coisa que se fizer no intuito de minimizar esse isolamento necessário".
Apoio
O hospital tem dez ursinhos ao todo, mas pretende expandir a ideia. "A parceria com as empresas que desenvolveram o ursinho teve custo zero até agora para hospital, mas nossa ideia é levar o mascote da pediatria para outras alas infantis, mas para isso, é preciso buscar novos parceiros", explica a médica.
Além disso, a iniciativa rendeu um vídeo postado no Youtube pela assessoria do hospital que já tem mais de 80 mil visualizações.
Assista o video abaixo:
Théo e Duda
Théo e Duda têm 4 anos e ambos foram diagnosticados com leucemia linfoide aguda. Os dois ganharam o ursinho Elo e demonstraram alegria ao ouvir familiares e colegas nas mensagens.
Maria Eduarda Calobrizi, a Duda, recebeu o diagnóstico há cerca de um ano. Segundo a mãe, Andreza da Silva, 31 anos, a filha mostrou os primeiros sintomas em uma viagem de fim de ano para o Rio de Janeiro. Duda ganhou o ursinho e o batizou de "Bela". A menina recebeu três mensagens e a mãe conta que ela não cansava de ouvir. "Ela reconheceu as vozes, foi maravilhoso".
Théo Teixeira Manzini, assim como a Duda, está no vídeo gravado pelo hospital. Segundo a mãe, Sabrina Teixeira Manzini, o menino passou por cinco médicos antes de ser diagnosticado e os sintomas foram dores de cabeça, nas pernas e um nódulo no pescoço.
No vídeo, Théo reconhece a voz da mãe e dos colegas de escola. Além de receber, também, mensagens dos avós.
Théo ainda disse que pretende fazer um 'pijaminha' para o urso que apelidou de 'Bery', para 'fazer de conta que ele também está internado'.
(Com informações do Portal UOL)