Com o início do inverno, a mortalidade por doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio, pode ter um aumento de até 25%, de acordo com dados da American Heart Association (Associação Americana do Coração). "Em todas as regiões, quando avaliamos as taxas de infarto, ela é maior no inverno", revela o Dr. Rodrigo Cerci.
"O inverno aumenta as chances de desencadear problemas cardíacos, pois, nesta época do ano, nosso coração trabalha em um ritmo mais acelerado e quem tem propensão precisa se cuidar", explica o cardiologista.
Segundo o médico, fatores climáticos, como a neve e até a poluição, podem precipitar um infarto do miocárdio. "Por exemplo, no hemisfério norte, onde o inverno normalmente tem muita neve, as pessoas precisam fazer um esforço físico maior para limpar as calçadas, carros ou caminhar e isso acaba sobrecarregando o coração, que trabalha mais. Também é possível observar a diminuição da prática de exercícios físicos e o aumento na ingestão de alimentos", explica.
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Já no Brasil, Dr. Rodrigo Cerci comenta que, segundo um estudo no Instituto do Coração de São Paulo (Incor), a poluição no inverno aumenta 30% e se torna um dos fatores para o aparecimento de doenças cardiovasculares. "A poluição causa problemas respiratórios, o que deixa os pacientes estressados e essa condição de estresse leva ao ataque cardíaco", ressalta.
Para o Dr. Rodrigo Cerci, pacientes que já fazem atividades físicas não devem deixar de praticá-las nas baixas temperaturas. "Quem já está acostumado a caminhar ou correr ao ar livre, não deve parar só porque está frio. O corpo já está acostumado com as mudanças climáticas e o exercício vai ajudar a não desenvolver doenças cardíacas", explica e alerta: "Para quem deseja iniciar uma atividade, essa época não é a melhor. Procure um cardiologista, comece o exercício com supervisão e em ambientes internos, quentes. Com o tempo, o médico irá liberar para a prática ao ar livre."
O cardiologista salienta que exames cardíacos devem ser feitos em qualquer época do ano e podem ajudar a prevenir doenças cardiovasculares no inverno. "Quando já existem fatores de risco, como obesidade, diabetes ou a pessoa é fumante, é aconselhado que sejam realizados exames para observar se existe algum problema com o coração", afirma.
De acordo com ele, o médico responsável direcionará para o exame que melhor se encaixa em cada caso. "Normalmente os pacientes são submetidos à tomografia coronária, cintilografia miocárdica, escore de cálcio ou teste de esteira".