Com o eixo de provimento emergencial, o programa Mais Médicos levou 14.462 profissionais para 3.785 municípios e todos os 34 distritos indígenas (DSEI), expandindo o atendimento a 50 milhões de pessoas.
São 11.429 atuando no País por meio da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 1.846 médicos formados no Brasil e 1.187 com diplomas do exterior de mais de 40 nacionalidades.
Formado em medicina na Suíça, o médico clínico-geral Dr. Miguel Depallens sempre quis trabalhar fora do seu país para ajudar populações carentes.
Leia mais:
Projeto de Londrina que oferece música como terapia para Alzheimer é selecionado em edital nacional
Unindo religião e ciência, casa católica passa a abrigar consultório psicológico gratuito na zona sul
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
Ministério da Saúde inclui transtornos ligados ao trabalho na lista de notificação compulsória
Com o programa Mais Médicos, o profissional veio ao Brasil para atender na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Arenoso, bairro carente da periferia de Salvador (BA). "Vim porque é um programa interessante pra mim que sempre pensei em trabalhar com populações carentes, pois são quem mais precisam da gente. Na Suíça, as pessoas precisam menos", argumenta o médico.
Segundo o gerente da UBS do bairro de Salvador, João Felipe Vidal, havia ao menos nove anos que não tinha um clínico-geral. "A gente via a necessidade de ter um clínico. Ficamos muito tempo somente com uma assistente social e um pediatra. Depois que chegou o dentista e a enfermeira. Agora com Dr. Miguel o serviço está mais completo", ressalta o gerente.
Moradora do bairro há 22 anos, Mailda de Souza Ramos, de 39 anos, trabalha na creche ao lado da UBS de Arenoso e foi conselheira distrital de saúde. "Nós sempre reivindicávamos um médico para o bairro, mas nunca vinha. Médico clínico é muito difícil de encontrar. Agora com o programa Mais Médicos está melhorando", opina.
Mailda é casada e mãe de cinco filhos. Para ela, o Dr. Miguel é um excelente médico. "Não sou só eu que digo. É a população toda de Arenoso. Eu já fui atendida, minha filha foi atendida, meu sogro, meu marido, e todo mundo gostou", conta.
Mailda sofre com o diabetes desde 2011 e nunca teve um acompanhamento médico, chegando a ter uma crise que precisou ser internada. "Eu tomava medicação por conta própria com a receita do meu pai, não tinha acompanhamento clínico. Não tinha tempo para me deslocar a outro lugar, e muitas vezes não conseguia pagar um médico particular", explica a soteropolitana.
O Dr. Miguel Depallens diz estar muito satisfeito em trabalhar no bairro do Arenoso e acrescenta que a população é muito receptiva e agradecida pelo atendimento médico prestado por ele. "Tento humanizar ao máximo a relação com os pacientes. E vejo que isso é muito valorizado", comenta.
Miguel explica que sempre busca trabalhar a prevenção nas consultas. "Busco explicar como funciona a doença para a pessoa não ficar mais doente, para que o paciente entenda a própria doença e se trate melhor", argumenta o suíço.