Consequência de uma manifestação de determinada doença ou uma alteração momentânea no estado de saúde, os casos de mal súbito no esporte vêm deixando atletas e técnicos receosos e atentos à necessidade de uma avaliação médica completa e detalhada. De qualquer modo, esportistas ou não, todas as pessoas estão sujeitas a esta perda súbita da consciência que pode resultar em diversos tipos de acidentes e mortes. O histórico familiar e o tabagismo, por exemplo, são dois grandes fatores de risco.
Casos de mal súbito podem ser encontrados em diferentes modalidades esportivas como o atletismo, o futebol e o vôlei. "É uma alteração abrupta no estado de saúde com poucos ou nenhum sinal que possibilite sua prevenção imediata. Por exemplo, um corredor de maratona que desmaia logo após a linha de chegada, normalmente está relacionada há uma queda brusca da pressão arterial", afirma o Dr. Jomar Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, SBMEE, acrescentando que nestes casos "geralmente a recuperação é rápida e basta colocá-lo deitado com uma pequena elevação das pernas".
São diversos os fatores de risco, podendo ir desde uma queda nos níveis de glicemia até uma parada cardíaca. Infarto e o acidente vascular cerebral (AVC) também estão incluídos. Alguns quadros clínicos como a síncope, a vertigem e a convulsão podem estar ligados ao mal súbito. "Entretanto, é necessário salientar que algumas das alterações podem já ser esperadas em determinadas doenças. Por exemplo, uma pessoa com epilepsia está sujeita a episódios de convulsão assim como um diabético em uso de insulina pode ter hipoglicemia", ressalta o médico.
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Quando há sintomas como dores no peito, falta de ar, tonturas e desmaios, a interrupção dos exercícios e de atividades físicas deve ser imediata. "A complicação mais temida é uma parada cardiorrespiratória. Mesmo havendo uma recuperação rápida destes problemas é recomendável encaminhar o indivíduo a um atendimento médico em emergência", revela. O diagnóstico e tratamento precoce de alguma patologia que possa levar ao mal súbito são de grande relevância. Todo indivíduo que pratica esportes competitivos ou de alta intensidade deve realizar pelo menos uma avaliação médica ao ano.
Mediante um quadro de perda súbita da consciência ou de suas principais funções, o atendimento deve ser imediato e feito por uma equipe treinada em reanimação cardiorrespiratória e com uso de medicamentos, além da desfibrilação se houver parada cardíaca.
Caso Muamba
O episódio mais recente de mal súbito no futebol é o do jogador naturalizado inglês Fabrice Muamba, 23 anos. O atleta sofreu uma parada cardíaca durante a partida de seu time, em março de 2010. Ainda no gramado, Muamba foi atendido pelos médicos e em seguida levado ao hospital. O atleta ficou cerca de duas horas com seu coração sem batimentos e ainda não há previsão para o seu retorno ao campo.