Apesar dos avanços no tratamento de câncer de mama, ele é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos da doença a cada ano. Mesmo relativamente raro antes dos 35 anos, estatísticas indicam aumento de sua incidência em todo o mundo, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer. Um dos principais temores das pacientes, que conseguem se recuperar plenamente é a mastectomia, procedimento de retirada completa do seio.
"Atualmente, é possível realizar cirurgias menores, sem a remoção da mama, especialmente quando o diagnóstico é precoce", esclarece o Dr. Flávio Garcia de Oliveira, ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. Entretanto, os tratamentos podem aumentar a chance de infertilidade ou esterilidade na mulher, por conta dos quimioterápicos e até mesmo da radioterapia. Por isso, existem técnicas que preservam óvulos ou sêmen e embriões, antes do tratamento contra o câncer começar.
A maioria das clínicas de reprodução humana utiliza a ciência da criobiologia com a intenção de aumentar a oportunidade de gravidez em um único ciclo de estimulação ovariana. "O principal objetivo de um programa de congelamento é causar o menor dano possível no momento em que os gametas e embriões estiverem expostos a uma temperatura muito baixa não-fisiológica. As técnicas mais utilizadas são a vitrificação e o congelamento ultrarrápido, cujas propostas são proteger a célula, evitando a total formação de cristais de gelo no seu interior", explica o Dr. Flávio.
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Além dos espermatozoides, é possível congelar os óvulos da mulher. "A habilidade de congelar oócitos humanos não fertilizados pode ser inestimável em alguns casos. Uma jovem mulher em tratamento de radioterapia, ou que precise perder os ovários, pode ser muito beneficiada. Similarmente, uma mulher mais velha, querendo estocar múltiplos oócitos antes de perder a função ovariana, pode ser ajudada por este procedimento", finaliza o especialista.
Nos últimos anos, a aplicação e a otimização de técnicas para diagnóstico de infertilidade têm sido os eixos principais das pesquisas da clínica. Áreas como Fertilização in vitro, Medicina Reprodutiva de maneira geral e os tratamentos para aborto de repetição constituem o escopo de investigação atual. Outro foco importante é o atendimento à gravidez de alto risco, bem como diagnóstico de anomalias do bebê durante a gestação.