Desde que médicos norte-americanos encontraram um tumor na garganta do ator Michael Douglas nunca se falou tanto sobre a doença. Localizado em uma região que faz parte de um grupo de doenças que abrange cabeça e pescoço, o câncer na garganta pode ser curável, é o que afirma o oncologista e diretor científico da Clínica Anália Franco, Fernando Medina da Cunha. Segundo o especialista, a doença tem como característica ser loco-regional, ou seja, não é disseminada para outros órgãos, o que facilita e torna o tratamento mais eficaz.
De acordo com informações publicadas na imprensa, Douglas, 65 anos, será submetido a tratamentos de quimioterapia e radioterapia combinados por cerca de oito semanas. "A decisão dos médicos de optar por um método mais conservador – quando não é feito nenhum tipo de cirurgia – indica que o tumor na garganta do ator já estava em estado avançado", explica o oncologista. Medina alerta também para os hábitos de vida nada saudáveis que Douglas mantinha como tabagismo e etilismo, considerados vilões para câncer de garganta.
Medina explica que o tratamento – por conta da irritação que os pacientes costumam sentir na região da garganta - poderá afetar a voz do astro por algum tempo. "São sintomas temporais como fadiga, náusea, dor ao engolir, perda do paladar e reação da pele - por conta da queimação na região que envolve o pescoço. Mas tudo isso é reversível", garante o especialista. As chances de cura para esse tipo de câncer ficam entre 60% e 70%, e a sua reincidência está entre 30% e 40%.
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Segundo estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados para este ano cerca de 25 mil novos casos de câncer na garganta no país. Os óbitos correspondentes podem chegar a 6 mil. A doença acomete com maior freqüência os homens, porém a incidência tem aumentado também entre as mulheres, provavelmente por conta do aumento do tabagismo entre elas. A idade também é um fator de risco, e atinge com mais freqüência pessoas acima de 60 anos. Já o tabagismo é a principal causa do câncer na garganta. Quando associado ao alcoolismo aumenta entre 10 e 20 vezes o risco de desenvolvimento do câncer (com Sigmapress – Assessoria de Imprensa).