Estudos científicos já demonstraram que a música pode promover o equilíbrio entre o corpo e a mente, proporcionando bem-estar físico e psíquico aos indivíduos. Segundo a Associação Americana de Musicoterapia (AMTA), a música age diretamente no cérebro e promove o controle de emoções, afetividade e motivação.
Por meio da musicoterapia, uso clínico da música para minimizar sintomas de várias doenças, é possível desenvolver potenciais e recuperar funções físicas, mentais, sociais e cognitivas. Crianças, adolescentes, adultos e idosos que sofrem com dores agudas e crônicas, incluindo mães em trabalho de parto, têm usado esta terapia para amenizar sofrimentos.
O professor Fernando Vasilceac, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), explica que a música, além de aumentar a motivação das pessoas para se engajarem no tratamento, modifica padrões de comportamento e modula o sistema nervoso, o que pode trazer resultados positivos no combate a uma dor crônica - aquela que poderia ser resolvida em poucas semanas, mas que, apesar do tratamento, persiste. Em média, 40% da população mundial sofre deste mal, umas das principais causas de afastamento no trabalho.
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Visando capacitar profissionais da saúde e também de outras áreas para lidar com o tratamento da dor, a UFSCar recebe inscrições para o Curso de Especialização Interdisciplinar em Dor, no qual são discutidas as causas, natureza, sintomas e formas de propagação da dor, além de seu desenvolvimento e meios de tratamento, dentre eles a Musicoterapia.
A especialização aborda a dor desde a ciência laboratorial, passando pelo diagnóstico clínico, gestão até a prevenção. No curso, docentes e pesquisadores renomados de diversas instituições - UFSCar, USP, Unesp, Unicamp, dentre outras - apresentam as principais síndromes dolorosas e suas intervenções cirúrgicas, farmacológicas, não-farmacológicas e cuidados paliativos; a grade curricular, dividida em dez módulos, tem carga horária de 368 horas totais.
"Na maioria dos cursos a dor é abordada apenas com um dos vários sintomas dentro do processo de adoecimento, mas não é detalhada, muito menos discutida por profissionais de diferentes áreas de forma interdisciplinar, como é a proposta desta pós-graduação", afirma o professor Fernando, que também coordena o curso na UFSCar. A especialização apresenta também aspectos relacionados à neurociência, que pode explicar a relação entre dor e música, além de educação, espiritualidade, religiosidade, finitude e morte.
Assistentes sociais, biomédicos, biólogos, educadores físicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, gerontólogos, médicos, musicoterapeutas, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e profissionais de demais áreas de interesse podem participar. Os interessados devem se inscrever por meio do site. As vagas são limitadas.
As aulas são presenciais e acontecem a cada três semanas, aos sábados e domingos, no Campus São Carlos da UFSCar, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas. O início está previsto para o dia 18 março. Mais informações pelo e-mail [email protected] ou no Facebook, em www.facebook.com/dor.ufscar.