A Secretaria Estadual da Saúde e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) formalizaram nesta quarta-feira (24) uma parceria para garantir que a estrutura do Centro de Controle de Envenenamento (CCE) continue ocupando uma ala do Hospital de Clínicas, em Curitiba.
O serviço funciona desde 2000 no local, mas não havia nenhum documento que oficializasse a cessão do espaço. O centro funciona 24 horas por dia e orienta profissionais de saúde e a população sobre como agir em casos de envenenamento para reduzir os riscos de morte e sequelas.
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Com a assinatura do termo de cooperação, as instituições pretendem atuar em conjunto para fortalecer as ações do centro, trazendo ainda mais benefícios à população e também à comunidade acadêmica. Criado em 1981, o CCE de Curitiba foi o quarto do País a ser implantando com a intenção de oferecer consultoria técnica, via central telefônica, sobre casos de envenenamentos, seja por intoxicações ou acidentes com animais peçonhentos.
De acordo com o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz, a formalização da parceria com a UFPR trata-se de um momento histórico, fruto de uma luta de 15 anos. "Antes de funcionar aqui, o CCE de Curitiba já havia passado por outros quatro locais e sempre de forma improvisada e temporária. Com a definição desta sede própria daremos melhores condições para que os profissionais que atuam aqui continuem ajudando a salvar vidas todos os dias", afirmou.
Somente em 2014, o CCE da Capital fez cerca de 7 mil atendimentos. A maioria diz respeito à ingestão, contato ou inalação de substâncias tóxicas e biológicas, como medicamentos, produtos de uso domiciliar, raticidas, álcool e outras drogas.
De janeiro até agora, já são 2,5 mil ligações atendidas. Também estão incluídas as demandas sobre como proceder em caso de acidente com animais peçonhentos, como aranhas-marrom e outras espécies, cobras e serpentes, lagartas, escorpiões e abelhas.
Segundo o chefe da Divisão Médica do Hospital de Clínicas, Edison Matos Novak, a incorporação do CCE à estrutura da universidade facilita que o conteúdo de envenenamentos seja colocado em pauta nas salas de aula do curso de Medicina. Além disso, agora será possível integrar os serviços do CCE com o Telessaúde, que presta consultoria semelhante a profissionais de saúde.
"Agregando tecnologia e melhorando a formação dos nossos alunos, caminhamos para a construção de um sistema público de saúde mais qualificado. Quem ganha com isso é a população que busca o SUS", destacou Novak.
Atualmente, o Centro de Controle de Envenenamentos de Curitiba trabalha com uma equipe de plantão preparada para esclarecer as dúvidas de profissionais de saúde e da população. São três médicos, uma enfermeira, um auxiliar administrativo e mais 14 acadêmicos de Medicina que se revezam no atendimento das ligações.
"Trabalhamos 24 horas por dia, à disposição de quem precisar. O serviço pode ser acessado gratuitamente através do telefone 0800-410-148. Nosso objetivo é contribuir para que as vítimas de envenenamentos sejam atendidas da melhor forma, reduzindo o risco de mortes ou sequelas por conta de acidentes", ressaltou o coordenador do CCE Curitiba, Daniel Siqueira.
Além da Capital, há serviços semelhantes mantidos pela Secretaria Estadual da Saúde em Londrina (CIT: 43 3371 2244), Maringá (CCI: 44 2101 9100) e Cascavel (Ceatox – 0800 645 1148), com o apoio dos hospitais universitários do Estado.