O índice de depressão está aumentando segundo dados do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foram encontrados sintomas indicativos de depressão em 21% dos jovens entre 14 e 25 anos, entre as mulheres o número aumenta para 28%. Ainda se considerarmos dados mundiais, a OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que 350 milhões já sofreram ou sofrem com a doença.
A tristeza é algo que pode atingir todos em qualquer momento da vida, na maioria dos casos ela é passageira, principalmente em contato com experiências positivas. Reconhecida e descrita pelo Código Internacional de Doenças. A depressão pode surgir em qualquer idade, sem precisar necessariamente de motivo e causa intenso sofrimento. Seus sintomas costumam ser o desânimo, falta de energia e de interesse por atividades consideradas prazerosas. A depressão também pode causar rebaixamento da autoestima, humor deprimido, insônia ou perda da qualidade do sono ou apetite, além da diminuição da autoconfiança.
A qualquer sinal da doença, é necessário que os pais busquem auxílio de um especialista, pois a depressão tem sintomas que às vezes são confundidos com comportamento característico de adolescentes, o pode dificultar a identificação. Segundo Juliana Bento, psicóloga da Clinica Fares, é comum que o adolescente mantenha uma postura superficialmente estável na presença dos familiares e um comportamento mais instável na escola. Caso isso aconteça, a instituição de ensino deve comunicar os responsáveis, pois essa atitude é fundamental para ajudar o jovem em questão.
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A psicóloga alerta que "os pais e os demais familiares podem concentrar sua energia no processo de recuperação e não em buscar culpados. Penso que a participação dos pais é fundamental no processo, pois terão que ser pacientes e confiar no trabalho feito."
Ainda há casos em que o paciente precise tomar medicamentos e a supervisão da família é extremamente necessária neste processo. "Infelizmente temos muitas notícias recentes de suicídio entre os jovens e adolescentes. Geralmente ele está ligado a fortes sentimentos de angústia e grave sofrimento psíquico. Mas se trata de uma decisão individual, tomada por quem o pratica. Portanto, a culpa dessa fatalidade não pode ser terceirizada."
Os jovens que pensam em tirar a própria vida demonstram alguns sinais: falta de ânimo perante o habitual, distribuição de objetos pessoais e assuntos sobre a morte. "Ao notar qualquer sinal indicador de depressão, sofrimento, ou até mesmo do próprio suicídio, é de extrema importância que a família evite que o adolescente fique sozinho e busque tratamento psicológico e psiquiátrico."
Por fim, é importante que pais e responsáveis sejam compreensíveis, demonstrem confiança, encorajem a prática de atividades de lazer ou esportivas e a vida social. "É importante também evitar cobranças e frases como 'é apenas uma fase' ou 'existem pessoas com problemas maiores que os seus'. Abra espaço para conversas onde ambos possam expressar suas opiniões".