O secretário da Saúde Michele Caputo Neto e o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestre Filho, inauguraram neste sábado (30), em Guarapuava, o Centro da Mulher, espaço adequado para a realização do acompanhamento das gestantes de risco, e lançaram o programa materno-infantil municipal Mamãe Guará, que fortalece a Rede Mãe Paranaense.
Nos últimos três anos, o município registrou índices alarmantes de mortalidade infantil, com coeficientes superiores aos do Estado do Paraná e do Brasil. Em 2012, Guarapuava teve 19 mortes para 1000 nascidos vivos, enquanto o Paraná registrou 11 mortes para 1000 nascidos vivos.
"A iniciativa da prefeitura de garantir o acesso ao pré-natal de todas as gestantes e o acompanhamento diferenciado às gestantes de risco, com certeza vai impactar nos índices do município e do Estado", afirmou Caputo Neto. Em dois anos, o Paraná reduziu a mortalidade materna em 41% e a mortalidade infantil também caiu. "Em números absolutos, aproximadamente 100 mulheres deixaram de morrer em nosso estado em virtude da gestação. É uma grande conquista, mas sempre trabalhamos para índices melhores", disse o secretário.
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Durante a inauguração, Caputo Neto entregou à prefeitura um ultrassom com doppler , aparelho capaz de medir a vitalidade do bebê, e um eletrocardiógrafo, aparelho que mostra a frequência cardíaca, equipamentos essenciais para o atendimento de gestantes de risco. Ele destacou que a região de Guarapuava ficou quase uma década sem receber grandes investimentos na área de saúde.
"Desde que o governador Beto Richa assumiu o comando do Estado, temos investido fortemente nesta região, a começar pela inclusão do hospital São Vicente de Paulo no HospSus, que permitiu a reestruturação da ala materno-infantil e a construção de um prédio anexo, que aumentará em 50 leitos a capacidade de atendimento do hospital".
O secretário estadual da Saúde enfatizou que também estão previstos para Guarapuava R$ 7 milhões para a construção do Centro de Especialidades, que vai dar um grande salto na redução das filas de consultas e exames especializados da região. Outros R$ 20 milhões serão destinados para a construção do Hospital Regional, que será referência para o atendimento ao trauma. O Estado vai liberar ainda recursos para construção de uma grande unidade de saúde no município no valor de R$ 800 mil.
Cesar Silvestri Filho disse que o Governo do Estado é parceiro do município de Guarapuava e que a Rede Mãe Paranaense norteou a estruturação do programa Mamãe Guará. "A mortalidade infantil é um dos indicadores mais impactantes para medir a qualidade de vida de um município, estado ou país. Com implantação do programa Mamãe Guará, vamos intervir diretamente no acesso ao pré-natal e dar condições para que as gestantes tenham o acompanhamento adequado no parto e no pós-parto, com visitas periódicas das equipes de saúde", afirmou.
O prefeito explicou que as gestantes terão acompanhamento e incentivos. "Uma van foi adquirida para transportar gestantes de alto risco para consultas e exames e as grávidas que não estão em situação crítica terão acesso ao transporte público sem custo". Também serão entregues um kit enxoval e a carteirinha do bebê, onde ficarão registrados todos os dados do nascimento e do crescimento da criança", explicou.
Antes do lançamento, o prefeito e o secretário visitaram o Hospital São Vicente de Paulo, referência para gestação de alto risco na região de Guarapuava, e conversaram com novas mamães. A moradora de Guarapuava, Sheila Buczko, 23 anos, mãe do Davi, de 1 dia, tem epilepsia e recebeu o acompanhamento do Centro da Mulher, antes mesmo de ser inaugurado. "Recebi todo atendimento e precisei trocar de medicação durante a gestação. Deu tudo certo", disse ela.
CAPACITAÇÃO - Também no sábado, técnicos da Rede Mãe Paranaense realizaram oficinas de capacitação com mais de 300 profissionais, entre médicos, dentistas, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, que vão atuar no novo programa materno-infantil.
"De nada adianta ambientes modernos e equipamentos de última geração se os profissionais não estiverem capacitados e motivados. É o capital humano que realiza as grandes transformações. Por isso, investimos tanto em capacitação", explicou o secretário.
O dentista Luiz Afonso Ditzel, elogiou a capacitação e afirmou que a inclusão das consultas odontológicas no inicio do pré-natal é essencial. "Problemas gengivais podem causar partos prematuros e interferir no peso bebê", explica. Ele enfatizou que o programa também estimula os cuidados com a saúde bucal da mãe e bebê.
A enfermeira do Cisgap (Consórcio Intermunicipal de Saúde), Sandra Mara Valentim, afirma que é a primeira vez que ela participa de uma oficina que trata especificamente do atendimento materno-infantil. "Vou utilizar estes conhecimentos no meu dia a dia de trabalho", contou.