A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCB) acaba de divulgar um documento com um posicionamento oficial sobre a cirurgia para tratamento de diabetes. O consenso, baseado em evidências científicas, pretende nortear o uso da cirurgia bariátrica no tratamento do diabetes.
''Foi discutido e revisado tudo o que já se sabia e tinha sido observado na prática clínica'', diz Thomas Szegö, presidente da SBCB. ''Os benefícios da cirurgia nos diabéticos já eram observados, mas nunca havia sido feita uma discussão científica dessa maneira.''
''Há uma melhora da doença mesmo sem (o paciente) perder muito peso'', observa Antonio Carlos Lerario, da Sociedade Brasileira de Diabetes.
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O documento foi assinado com as sociedades americana de diabetes e de cirurgia bariátrica e será publicado no ''American Journal of Surgery''.
Segundo o texto, a cirurgia bariátrica pode ser indicada no tratamento de pacientes diabéticos tipo 2, dependentes de insulina, com IMC (índice de massa corporal) acima de 35. Para quem tem IMC entre 30 e 35, a cirurgia provavelmente será benéfica quando o indivíduo não consegue controlar a doença por outros meios. Para pessoas com IMC abaixo de 30, a operação não é indicada.
Pelo consenso, apenas três técnicas devem ser realizadas nesses casos: derivação gastrojejunal, banda gástrica e derivações biliopancreáticas.
Procedimentos mais novos, como gastrectomia vertical, exclusão duodenal e transposição ileal, apesar de considerados promissores, só podem ser feitos em protocolos de pesquisa aprovados por comitês de ética. ''O que ainda está em aberto é qual é o melhor momento para a cirurgia'', diz Szegö.
''Nós concordamos com essa indicação'', diz o endocrinologista Antônio Carlos Lerario, da Sociedade Brasileira de Diabetes. ''Para esses pacientes, a cirurgia bariátrica é altamente validada.''