Com comportamento agressivo e de difícil detecção, o câncer de pâncreas atinge diariamente 1,2 mil pessoas em todo mundo, segundo a Sociedade Americana de Câncer. Com alta taxa de mortalidade, a doença precisa ser diagnosticada o mais rápido possível, uma vez que a cura completa, na maior parte dos casos, só é possível em estágio inicial. Para alertar sobre os riscos desse tipo de tumor, o mês de setembro também é dedicado a campanhas de prevenção.
Segundo o último levantamento do Inca (Instituto Nacional de Câncer), quase 10 mil pessoas morreram no Brasil em decorrência da doença em 2016. Por isso, o câncer de pâncreas é considerado um dos tumores mais agressivos. Ana Maria de Oliveira Santos, oncologista do Hospital Santa Cruz, explica que o câncer de pâncreas pode iniciar sem qualquer manifestação clínica. "Em uma grande maioria dos casos, a suspeita que levará ao diagnóstico ocorrerá quando se tem uma doença mais avançada”, alerta.
Por isso, a médica recomenda que as pessoas prestem atenção em sintomas como perda de apetite, emagrecimento, alteração da coloração da urina e das fezes, dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e coceira no corpo. "Esses sinais podem ser confundidos com outras patologias, principalmente as relacionadas ao trato digestivo, incluindo problemas na vesícula biliar, estômago e outros órgãos abdominais”, afirma.
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Fatores de risco - Entre os fatores de risco para o desenvolvimento deste tumor estão o tabagismo e o consumo excessivo de gordura, de carnes e de bebidas alcoólicas. Filipe Vieira Kwiatkowski, cirurgião oncológico do Hospital Santa Cruz, aponta o cigarro como principal fator. "Quem faz uso do tabaco e seus derivados tem três vezes mais chances de desenvolver câncer de pâncreas do que os não fumantes. Quanto maior a quantidade e o tempo de consumo, maior o risco”, adverte.
A exposição a compostos químicos, como solventes e derivados do petróleo, durante longo tempo, também pode provocar tumores no pâncreas. Segundo Kwiatkowski, pacientes com pancreatite crônica, diabetes ou que foram submetidos a cirurgias de úlcera no estômago ou duodeno ou ainda sofreram retirada da vesícula biliar têm mais chances de desenvolver a doença. "Esse grupo deve se submeter a exames médicos periódicos”, destaca o médico.
Fique alerta aos sintomas - De acordo com o site Drauzio Varella, na maioria dos casos é difícil determinar a causa do câncer de pâncreas. Para que o tratamento seja bem-sucedido e o paciente tenha chances de cura, é importante que se percebam os sintomas para a identificação da doença. Por isso, a oncologista Ana Maria elencou alguns dos principais sinais: icterícia (pele amarelada), urina escura, fezes de cor clara, dor no abdômen ou na lombar, sensação de empachamento, náusea, vômito ou indigestão, cansaço, perda de apetite, perda de peso inexplicável e aparecimento repentino de diabetes.