A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou, nesta semana, que Londrina já atingiu, entre janeiro e julho deste ano, 86,44% da meta anual preconizada pelo Ministério da Saúde para exames que detectam a tuberculose. De janeiro a julho deste ano, o Município já realizou 2.738 exames; em 2015, durante o mesmo período, foram 1.695 testes.
O Ministério da Saúde estima que 1% da população brasileira seja sintomático respiratório, ou seja, tem os sintomas da doença, por isso a importância de examinar e tratar esse percentual de pacientes. Em Londrina, a estimativa equivale a 5.430 pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o secretário municipal de Saúde, Gilberto Martin, o índice alcançado pelo Município supera a média nacional, e reflete também em melhores resultados no tratamento da doença. "Estamos perto de atingir 90% de cobertura de tratamento completado, e isso traz uma repercussão muito importante em termos de saúde pública. Quando estamos tratando esses pacientes, estamos diminuindo a circulação da bactéria, pois essa doença é transmitida através das vias respiratórias, por contato direto", apontou.
Leia mais:
Projeto de Londrina que oferece música como terapia para Alzheimer é selecionado em edital nacional
Unindo religião e ciência, casa católica passa a abrigar consultório psicológico gratuito na zona sul
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
Ministério da Saúde inclui transtornos ligados ao trabalho na lista de notificação compulsória
Os dados obtidos pela SMS foram disponibilizados em agosto pela 17ª Regional de Saúde. Para a diretora-geral da SMS, Eliana Marussi, o índice alcançado pelo Município em apenas sete meses mostrou que a população tem alterado seu comportamento em relação à doença. "Esse resultado é fruto da busca ativa feita pelas nossas equipes, da sensibilidade dos profissionais da saúde de observar e identificar os sintomas da doença, e envolve também uma maior aceitação das pessoas em fazer o exame. Ainda existe um estigma quanto à tuberculose, e atingir esse número indicou uma mudança nesse perfil", frisou.
Segundo a coordenadora de Saúde do Adulto e Idoso da SMS, Juliana de Oliveira Marques, a maioria dos exames para detectar a tuberculose foi realizada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). "A atenção primária contribuiu muito para esse resultado porque tem acompanhado todo mês os índices das unidades, incentivando a criação de estratégias para identificar e buscar os pacientes sintomáticos", contou.
No início deste ano, médicos e enfermeiros que atuam nas UBSs passaram por oficinas de capacitação sobre a tuberculose. "Estes profissionais tiveram algumas tarefas, e uma delas foi multiplicar o conhecimento obtido, repassando aos demais servidores das unidades. Os profissionais estão muito empenhados na identificação e no tratamento dessa doença", afirmou a coordenadora.
Juliana ressaltou que identificar a tuberculose logo no começo é essencial para que o tratamento inicie o quanto antes, o que impede a transmissão para outras pessoas. "Após aproximadamente quinze dias do início do tratamento, o paciente não transmite mais o microorganismo responsável pela doença, e isso é muito importante. É uma doença que atinge pessoas de qualquer faixa etária, então o cuidado deve ser para todos", explicou.
A doença – A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por bactéria (Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch), que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges. O principal sintoma é a tosse contínua, com duração superior a duas semanas. Casos mais graves incluem também emagrecimento e febre baixa, que ocorre geralmente no final da tarde, entre outros sintomas.
O resultado do exame que identifica a doença é fornecido, em média, no mesmo dia em que ocorre a coleta na rede municipal de Saúde. O tratamento para tuberculose leva seis meses, e é disponibilizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).