Também conhecida como ludoterapia, a terapia lúdica tem grande importância para crianças em tratamento oncológico, pois atua desde no modo de falar do paciente até na adaptação do ambiente hospitalar, o que minimiza os impactos da doença e do tratamento.
De acordo com a Isis Magalhães, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) e chefe da oncologia do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), este tipo de terapia é utilizado para ajudar na compreensão da criança sobre o que está acontecendo, oferecer informações sobre a doença e o tratamento em sua linguagem infantil.
Ainda segundo a oncologista pediátrica, o tratamento do câncer infantil está inserido em um contexto de grande estresse emocional para a criança e para família. "São tratamentos longos com muitos procedimentos invasivos.
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A rotina da criança e da família é modificada quase por completo. Restrições em sua vida diária, inúmeras idas ao hospital, coleta de exames, sessões de quimioterapia e internações são fatores que contribuem para a tensão emocional. Neste contexto, a ludoterapia tem papel fundamental para minimizar o impacto destes fatores".
A especialista também afirma que a criança tratada em um ambiente lúdico demonstra menos medo e maior confiança diante dos procedimentos e do tratamento como um todo, o que favorece a adesão e possibilita melhores resultados.
"Estimulamos os pacientes a reproduzirem os eventos a que ele é submetido como forma de expressão nas brincadeiras e extravasamento dos medos e temores acerca do tratamento. Se a criança estiver mais tranquila, a família também se sente mais segura e com mais recursos psicológicos para o enfrentamento da doença".
A terapia aparece de forma adaptada à realidade atual do paciente, por exemplo: procedimentos invasivos, onde um boneco faz papel de paciente e a criança vivencia a situação de punção venosa (cateter inserido na veia para injeção de medicamentos) de um ponto de vista que lhe permita enfrentar o procedimento de forma mais segura.