Durante o período de gestação, mãe e filho passam por diversos exames, a fim de garantir condições saudáveis para ambos, afinal uma nova vida está sendo formada e depende de muita atenção. Logo após o nascimento, o cuidado dos pais e médicos deve continuar, incluindo a realização de outros testes para averiguar como será o desenvolvimento do bebê e detectar possíveis problemas que não foram possíveis de serem percebidos na gravidez.
Entre os muitos exames que devem ser realizados nos recém-nascidos, um dos mais importantes é o teste do olhinho. Conhecido também como Teste do Reflexo Vermelho, o exame deve ser realizado, preferencialmente, ainda na maternidade, a partir das primeiras 48 horas do bebê. Segundo o oftalmologista Richard Yudi Hida, o teste é rápido, de um a dois minutos de duração, fácil, indolor e não há necessidade do uso de colírio. "Ele é feito com um oftalmoscópio, equipamento parecido com uma lanterna, na qual sai uma luz e é possível enxergar o reflexo alaranjado das pupilas", explica.
De acordo com Dr. Richard, o reflexo esperado na pupila de uma criança, sem quaisquer problemas, é é entre tons de vermelho, laranja ou amarelo. "O efeito é parecido como quando tiramos fotos com flash, o que quer dizer que a retina está dentro dos padrões de normalidade no eixo óptico examinado, sem nenhum obstáculo para a entrada e saída de luz". Caso o reflexo não seja possível de ser visto ou a visão ficar dificultada ou esbranquiçada, quer dizer que há alguma alteração em uma das estruturas do eixo da visão, podendo ser alguma doença ocular.
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Entre as doenças e problemas que o diagnóstico pode prevenir ou tratar estão: retinopatia da prematuridade, catarata congênita, glaucoma, tumores oculares (retinoblastoma) e traumas de parto. "Também após a alta hospitalar, é importante que se faça consulta de rotina com o oftalmologista para averiguar se há uma diferença de grau ou estrabismo", ressalta.
Segundo o Ministério da Saúde, por meio do Teste do Olhinho, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados, mas, como na maioria dos serviços pediátricos do país, os recém-nascidos não são examinados adequadamente e não há a cobrança dos pais, muitas vezes por puro desconhecimento, as crianças só terão alguma alteração detectada quando estiverem quase ou totalmente cegas. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) estima que 40 mil crianças sejam cegas no mundo e, desse total, 94% encontram-se nos países em desenvolvimento. "É por isso que a mãe deve ter consciência da importância desse exame e também deve cobrar que ele seja feito pelo pediatra. É um procedimento simples, que pode garantir um futuro melhor para a criança", alerta o oftalmologista.
A mãe ainda pode realizar um exame prévio em casa, basta tirar uma foto com flash da criança de frente para ela (não tire a foto de lado). Caso o reflexo da pupila dos olhos não fiquem alaranjados, pode ser sinal de alguma alteração. "O teste caseiro serve apenas como um alerta ou ajuda no diagnóstico. Ele não substitui o Teste do Olhinho, que deve ser feito por um médico pediatra ou oftalmologista", aconselha Dr. Richard.