O Vaticano manteve nesta terça-feira seus ataques contra o comitê que escolhe os prêmios Nobel por ter concedido o de Medicina para o pioneiro da fertilização in vitro, Robert Edwards. Para a Santa Sé, Edwards abriu caminho para uma cultura em que os embriões são vistos como commodities.
Pelo segundo dia seguido, o Vaticano reprovou a escolha de Edwards, cujo sucesso na fecundação de óvulos humanos fora do útero levou aos "bebês de proveta" e a inovações como as pesquisas com células-tronco embrionárias e as mães de aluguel.
O Vaticano ampliou sua crítica ao mesmo tempo em que vários dos principais jornais italianos condenavam a Igreja por seu ataque a Edwards.
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Um comunicado da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas afirmou que a entidade estava consternada com a premiação.
"Embora a fertilização in vitro tenha levado alegria para os muitos casais que puderam ter filhos por esse processo, fez isso a um custo enorme", disse a federação em um comunicado divulgado no principal boletim do Vaticano.
"Muitos milhões de embriões foram criados e descartados durante o processo da fertilização", afirmou, acrescentando que embriões estavam sendo usados como "animais destinados à destruição".
"Este uso conduziu a uma cultura na qual eles (os embriões) são considerados como commodities em vez de preciosos indivíduos humanos, que é o que eles são."