O termo Diabesidade é utilizado para referir-se a perigosa junção de duas doenças já conhecidas: diabetes e obesidade. Embora a terminologia seja recente, criada há cerca uma década por epidemiologistas, dezenas de milhões de pessoas no mundo são atingidas pelas duas doenças.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, 56,9% das pessoas com mais de 18 anos estão com excesso de peso. A obesidade é considerada porta de entrada para uma série de doenças como o próprio diabetes, hipertensão e câncer.
A pesquisa da PNS indica ainda que o diabetes atinge 9 milhões de brasileiros o que corresponde a 6,2% da população adulta. As mulheres (7%) apresentaram maior proporção da doença do que os homens (5,4%) – 5,4 milhões de mulheres contra 3,6 milhões de homens.
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A perigosa soma de diabetes e obesidade pode acarretar riscos de saúde ainda maiores para os diabesos, pessoas acometidas pelas duas doenças. "Tratar obesidade significa prevenir dezenas de doenças", enfatiza o endocrinologista Flávio Cadegiani, especialista em obesidade e emagrecimento.
Para o médico, as instituições de saúde devem reestruturar a forma como é realizado o tratamento de obesidade e diabetes. "A ausência de política pública adequada para tratamento clínico de é um dos argumentos que permitem o rápido aumento do número de pessoas obesas. Precisamos de ações mais efetivas e incisivas sobre estes problemas", observa Cadegiani.
O endocrinologista explica que o atendimento às pessoas com estas patologias deve ser incisivo e intenso. "Para prevenir complicações como infarto, derrame, cânceres, doenças pulmonares, problemas no fígado e dezenas de outras doenças, o diabeso precisa de condutas e tratamentos mais intensos e metas mais audaciosas de parâmetros clínicos como peso, circunferência
abdominal; e laboratoriais, exames de fígado, colesterol e açúcar".