O governador do Estado de São Paulo, José Serra, anunciou neste sábado, 12, que o Instituto Butantan, iniciará a produção da vacina contra gripe suína em janeiro de 2010. "Serão produzidas 18 milhões de unidades até abril, conforme solicitação do Ministério da Saúde", afirmou o governador que participou neste sábado de evento em São Paulo, no Parque Ibirapuera, sobre epidemias. "O Brasil estará mais preparado no próximo ano, uma vez que a gripe passou a ser conhecida", disse em sua apresentação. O governador não quis dar entrevista à imprensa.
De acordo com Serra, uma nova fase de proliferação da gripe suína deve ocorrer a partir do segundo trimestre de 2010, o que exigirá ações de controle à transmissão da doença, além da vacinação da população. Segundo o secretário estadual de Saúde, Luís Roberto Barradas, a vacinação deve ocorrer ao final de abril e início de maio do ano que vem.
Como a encomenda foi feita pelo Ministério da Saúde, que comprará as vacinas, caberá ao governo federal decidir sobre sua distribuição entre os Estados e os critérios de vacinação, definindo em quais casos a vacina será aplicada. O Ministério também decidirá se a fábrica do instituto produzirá o novo medicamento ou continuará a produzir a vacina para a gripe tradicional. "A fábrica não permite a produção dos dois medicamentos, se o governo federal optar pela gripe suína, terá que comprar no exterior a vacina para gripe comum", disse Barradas. O Instituto Butantan é o único no hemisfério sul com conhecimento para produção de vacinas para gripe.
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Segundo o secretário, a expectativa de aumento dos casos da doença ocorre porque é nesse período que a temperatura começa a cair no País. "O frio começa e as pessoas tendem a se aglomerar, o que facilita a transmissão da doença", disse.
Barradas afirmou que a cepa do vírus H1N1, nome científico da gripe suína, já foi enviada ao Instituto Butantan pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. A partir de outubro o instituto deverá iniciar os testes com camundongos e posteriormente com seres humanos.
O secretário explicou que um dos maiores desafios para a nova vacina está na definição da quantidade de doses necessárias para imunizar a população. Estudo do laboratório francês sinaliza que são necessárias duas doses para garantir a imunização, enquanto para na tradicional basta apenas uma aplicação. "Isso é ruim para o controle da doença, mas o Butantan desenvolveu uma solução que permite a eficácia da vacina com apenas uma dose. Mas isso ainda precisa ser testado", disse.