Tentado a sacar o smartphone diante de um belo pôr do sol ou de um prato delicioso que acabou de chegar à mesa do restaurante?
É óbvio que queremos documentar nossas vidas e manter nossas lembranças acesas. Mas ante o uso generalizado de smartphones com câmeras fotográficas e de novos aparelhos como o Narrative Clip – capaz tirar fotos automaticamente a cada 30 segundos –, será que deveria haver um limite?
Uma pesquisa recente realizada pela psicóloga Linda Henkel, da Universidade Fairfield, nos Estados Unidos, indica que a resposta é "sim". O trabalho sugere que tirar fotos pode de fato prejudicar a capacidade de lembrar detalhes do acontecimento, apesar – e por causa do – esforço de fotografar sem parar.
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Durante o estudo, realizado no ano passado, estudantes foram levados a uma visita guiada a um museu e incumbidos de fotografar certas obras de arte – enquanto outras deveriam ser apenas observadas. No dia seguinte, quando testados, eles conseguiam lembrar menos detalhes dos objetos que tinham fotografado. É o que Henkel chama de "efeito prejudicial de tirar fotos".
Ferramenta de comunicação
Retratos fazem parte da nossa rotina há séculos e praticamente todas as casas da Europa Ocidental e dos Estados Unidos já tinham câmeras décadas atrás. Mas a mudança do filme para a fotografia digital também alterou nossa motivação para tirar fotos e a maneira de usá-las.
Outros estudos confirmaram o que muitos de nós já suspeitávamos: que o papel fundamental da fotografia deixou de ser a comemoração de eventos especiais ou de momentos em família para ser uma maneira de nos comunicarmos com amigos, formar nossa própria identidade e alavancar as relações sociais.
Enquanto adultos mais velhos usam câmeras como ferramentas para a memória, as gerações mais jovens veem as fotos como um meio de comunicação.
"Muitas vezes as pessoas tiram fotos não para que elas sirvam como uma lembrança, mas para dizer como estão se sentindo no ‘aqui e agora’", afirma Henkel. "Um bom exemplo é o Snapchat, em que os usuários tiram fotos para se comunicar, mais do que para se lembrar de momentos."
(com informações do site BBC)