Uma pesquisa global realizada por economistas americanos e britânicos em 80 países sugere que o risco de depressão é maior na faixa dos 40 anos e que as pessoas estão mais vulneráveis ao problema quando estão, em média, com 44 anos.
A sondagem, que será publicada na revista científica Social Science and Medicine analisou informações de 2 milhões de pessoas e descobriu que o padrão é consistente em todos os países pesquisados.
O estudo constatou que o risco de depressão é menor entre os mais jovens e mais velhos e atinge seu ponto mais alto na meia idade, aos 40 anos.
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"Acontece com homens e mulheres, solteiros e casados, ricos e pobres, com ou sem filhos", esclarece o economista Andrew Oswald, um dos autores da pesquisa.
O estudo, realizado no Darmouth College, nos Estados Unidos e na Universidade de Warwick, na Inglaterra, diz que no Brasil o maior risco de depressão ocorre quando se chega aos 47 anos.
Razões
Segundo Oswald, as razões para esta consistência no padrão de felicidade ao redor do mundo ainda não são claras.
No entanto, o economista aponta que uma possibilidade é que "as pessoas aprendem a adaptar seus pontos fortes e suas fraquezas e quando atingem a meia idade, conseguem dominar os sonhos impossíveis", afirma.
Outra possibilidade levantada por Oswald é que "os mais velhos dão mais valor aos anos de vida restantes, pois já viram muitos colegas morrendo e talvez comecem a dar mais valor a suas bênçãos", explica.
"Quando você chega aos 70 anos, se você ainda tem boa saúde, você é tão feliz e psicologicamente saudável quanto um jovem de 20 anos", diz Oswald.
"Talvez descobrir que estes sentimentos são comuns na meia idade ajude as pessoas a passarem por esta fase com mais tranquilidade", conclui.
Intrigante
Para Marjorie Wallace, diretora da ONG Sane, que trabalha com saúde mental, a pesquisa é intrigante.
"O estudo levanta questões intrigantes sobre o processo que leva à depressão na meia idade, assim como indica que é uma experiência comum ao redor do mundo", afirma.
"A depressão é uma condição complexa e desafiadora que ainda é pouco compreendida e que leva uma em cada dez pessoas deprimidas a tirar a própria vida", esclarece a diretora.
"Qualquer pesquisa que contribua para nossa compreensão da doença, especialmente se o estudo pode ajudar a desenvolver novos tratamentos, terapêuticos e farmacêuticos, é bem vinda", conclui.
Para Andy Bell, do Sainsbury Centre for Mental Health, que ajuda pacientes com problemas de saúde mental, os problemas de depressão são bastante comuns. No entanto, ele alerta que estes problemas podem acontecer em qualquer idade.
As informações são da BBC Brasil.