Indiciado pelo homicídio da jornalista Lanusse Martins, morta por hemorragia durante uma cirurgia de lipoaspiração em Brasília (DF), o médico Haeckal Cabral Moraes negou que tenha cometido erros de procedimento e garantiu que adotou todas as medidas de emergência para reanimar a paciente quando a perda de sangue a fez entrar em coma.
Em depoimento à Polícia Civil, Moraes explicou que a perfuração da veia de Lanusse, na altura dos rins, teria sido causada por uma massagem cardíaca, não pela cânula utilizada na cirurgia, como atesta o laudo do Instituto Médico Legal (IML).
O depoimento foi prestado na última sexta-feira, mas só foi divulgado nesta segunda-feira, 8, pela delegada Martha Vargas, da 1ª DP, titular do inquérito. A perfuração, conforme o laudo, causou a ruptura da veia e a consequente morte da jornalista, que perdeu cerca de dois litros de sangue. O médico disse que a fatalidade decorreu de uma possível mudança de posição da paciente na hora da cirurgia. As explicações não convenceram a delegada, que manteve o indiciamento do cirurgião.
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Para a delegada, Moraes assumiu o risco de matar a paciente durante a cirurgia e cometeu falhas cruciais de procedimento. Por isso ele está indiciado por homicídio com dolo eventual, podendo pegar de seis a 20 anos de prisão. Ela manda o inquérito à Justiça na próxima semana. O Ministério Público tem até o dia 25 para oferecer denúncia, ou arquivar o inquérito. O procurador Diaulas Ribeiro, que acompanha o caso, analisa também se inclui no processo a direção do Centro Clínico Pacini, onde foi realizada a cirurgia e o anestesista, que também nega ter cometido erro de procedimento.