Dados do Ministério da Saúde apontam uma preocupação quanto a fila de espera para transplante em jovens até 18 anos.
No estado do Paraná, em 2011, foram apenas seis doações realizadas na faixa dos zero aos 17 anos. A situação é ainda mais crítica em relação aos mais novos, já que os transplantes foram feitos em dos 12 aos 17 anos.
Para tentar reverter o quadro, a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Infantil Sagrada Família, de Londrina, inicia uma campanha para capacitar o atendimento à família das vítimas.
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"No atendimento pediátrico sempre há um envolvimento emocional da equipe. Quando um paciente pediátrico morre é como se a equipe sentisse um pouco da dor dos pais. Isso dificulta muito a abordagem para possível doação de órgãos", argumenta a enfermeira Érika Fernanda Bezerra, coordenadora da CIHDOTT do Hospital Infantil. "Estamos decididos a mudar isso".
O primeiro passo para a mudança será nos dias 14 e 15 de fevereiro, com um treinamento sobre o tema, montado especificamente para profissionais de saúde que trabalham com pediatria. O treinamento consiste em dois temas principais: morte encefálica, a ser ministrado por Érika Bezerra, e abordagem da família, que será dado pela psicóloga da CIHDOTT, Miriam Tabuo e da psicóloga do Hospital Infantil, Nájla Bisca.
Mas antes de começar a falar, as palestrantes decidiram ouvir. E disponibilizaram uma urna para os profissionais colocarem suas principais dúvidas, medos e inseguranças sobre o tema. As respostas eles terão durante uma hora e meia de conversa com as duas profissionais.