Sangue doado passará por exame mais eficaz na identificação do vírus HIV no Brasil. A partir de dezembro, as bolsas de sangue dos postos de coleta devem passar por um teste de ácido nucleico, conhecido como NAT, que é mais sensível que o teste usado no Brasil, o Elisa.
Segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, apesar do exame diminuir o risco de contaminação por HIV e hepatite em transfusões, ele ainda apresenta falhas.
A adoção do NAT foi determinada pelo Ministério da Saúde e passa a ser obrigatória em toda rede pública.
Leia mais:
Pesquisa aponta que 29% dos brasileiros têm algum medo com relação às vacinas
Uma a cada dez mortes no Brasil pode ser atribuída ao consumo de ultraprocessados, diz Fiocruz
Estados brasileiros registram falta ou abastecimento irregular de, ao menos, 12 tipos de vacinas
Saúde do homem é tema de live com médicos londrinenses em novembro
Os serviços terão um prazo de 90 dias para se adaptar à norma e a obrigatoriedade vai se estender à saúde privada. O teste adotado pelo SUS, contudo, ainda necessita de adaptações. É a avaliação das áreas técnicas dos hemocentros que já receberam o material e o submeteram a avaliações de controle de qualidade.
De acordo com o médico Carmino Antonio de Souza, presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), o problema é que grandes hemocentros do País têm concluído que o teste não reproduz os resultados a que se propõe. "Temos uma dificuldade de caráter técnico que precisa ser esclarecida e resolvida."
Ainda segundo o médico Dimas Tadeu Covas, diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto, o NAT nacional não passou em alguns testes internacionais de controle de qualidade. "Não sabemos ainda o que determinou a performance abaixo do desejado. Mas o teste não é totalmente efetivo", diz Covas. Segundo ela, a fiocruz trabalha para equacionar as falhas.
Para o superintendente-geral da Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), José Augusto Barreto, houve uma precipitação por parte do ministério em incluir o teste na rotina. "Os problemas estão surgindo quando o teste já está sendo usado em larga escala. Essas preocupações deveriam ter aparecido antes", diz.