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Vacina de Oxford contra coronavírus é segura e produz resposta imune, diz estudo na Lancet

Ana Bottallo e Ana Estela de Sousa Pinto - Folhapress
21 jul 2020 às 08:32
- Reprodução/Pixabay
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A vacina experimental contra o novo coronavírus feita em parceria pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca é segura e produziu resposta imune em voluntários saudáveis que participaram de ensaios clínicos iniciais, segundo artigo publicado nesta segunda-feira (20) na revista médica inglesa Lancet.

A vacina não causou efeitos adversos graves e provocou respostas imunes de anticorpos e das células T, outras células de defesa do corpo humano.

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"Esperamos que isso signifique que o sistema imune se lembrará do vírus e que a vacina consiga proteger as pessoas por um longo período", disse o principal autor do estudo, Andrew Pollard, da Universidade de Oxford. "No entanto, precisamos de mais pesquisas antes de confirmar que a vacina é eficaz em proteger contra o coronavírus e por quanto tempo a proteção vai durar."

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Michael Ryan, diretor-executivo da OMS (Organização Mundial da Saúde), afirmou que é uma boa notícia ver publicados dados de estudos sobre as vacinas e que o trabalho de Oxford é bem-vindo. "É um bom resultado, mas ainda se refere a adultos saudáveis, em condições controladas. Temos que passar a uma escala maior, para dar novos passos no processo de obter uma vacina."

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A vacina de Oxford e da AstraZeneca é uma das mais avançadas entre as candidatas na corrida pela sonhada imunização contra o coronavírus Sars-CoV-2. Ela já está em fase 3 de testes, a última etapa antes da comercialização.


Os resultados divulgados nesta segunda (20), porém, se referem à fase 1/2, que em geral tem como objetivo analisar a segurança de uma droga ou vacina, e foi realizada entre 23 de abril e 21 de maio com 1.077 voluntários saudáveis entre 18 e 55 anos do Reino Unido. A publicação em revistas científicas é um processo que pode levar meses por causa da chamada revisão por pares, na qual os revisores, geralmente entre 2 e 4 cientistas da mesma área de expertise, anonimamente têm a missão de avaliar se o trabalho foi bem conduzido.

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A imunização de Oxford usa um vírus para levar material genético do coronavírus para dentro das células. Trata-se do adenovírus ChAdOx1, que causa gripe comum em chimpanzés, mas foi geneticamente modificado e enfraquecido.


A ideia é expor o organismo humano à proteína S (de "spike" ou espícula, o gancho molecular usado pelo Sars-CoV-2 para se conectar às células humanas). Assim, quando a pessoa entrar em contato com o vírus real, seu corpo já terá montado um sistema de defesa contra ele.

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Os participantes foram distribuídos em quatro grupos e acompanhados por 28 dias após a vacinação para que a segurança da vacina fosse avaliada.


Efeitos colaterais foram observados nos primeiros dias, e os mais comuns foram dor e sensibilidade no local da injeção e fadiga e dor de cabeça. A intensidade dos efeitos foi maior no primeiro dia logo após a vacinação e diminuiu nos dias seguintes. Nenhum paciente apresentou efeitos considerados de risco à saúde e não houve nenhuma hospitalização relativa à imunização.

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Um dos grupos de voluntários, denominado grupo 3, recebeu uma segunda dose da vacina 28 dias após a primeira injeção. Os pacientes apresentaram uma quantidade elevada de anticorpos específicos contra o novo coronavírus Sars-CoV-2 no sangue 56 dias após primeira dose.


Os autores do estudo afirmam, no entanto, que um aumento similar foi observado nos pacientes que receberam apenas uma dose da injeção. A diferença é que naqueles que receberam uma segunda dose houve também aumento de anticorpos neutralizantes no organismo.

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Segundo os autores, a presença de anticorpos específicos para a proteína S do coronavírus foi também observada em estudos pré-clínicos com macacos rhesus e pode indicar eficácia na imunização contra a Covid-19.


As fases 2 e 3 do estudo de Oxford pretendem recrutar mais de 10 mil pessoas. No Brasil, essa vacina já está sendo testada desde o mês passado em São Paulo e no Rio, por meio de parcerias com o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e com o Instituto D'Or. Os voluntários serão cerca de 2.000 profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à Covid-19 e, portanto, têm mais risco de contrair o vírus.

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No fim de junho, o Ministério da Saúde anunciou que assinou uma carta-compromisso com a empresa e com a Universidade de Oxford para que a vacina seja produzida no Brasil com a transferência da tecnologia para a Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Outro teste em fase final que ocorre no Brasil é o do laboratório chinês Sinovac, em parceria de transferência de tecnologia com o Instituto Butantan, que pode vir a produzi-la em larga escala.


O governo britânico anunciou, nesta segunda, a assinatura de dois acordos para a compra de 90 milhões de doses de duas vacinas contra a Covid-19 que estão em desenvolvimento.


Um dos acordos prevê a compra de 30 milhões de doses da vacina que está sendo desenvolvida pela aliança entre a empresa de biotecnologia alemã BioNtech e o laboratório americano Pfizer. O outro, de 60 milhões de doses, com opção de mais 40 milhões, foi assinado com o laboratório francês Valneva.


Esses dois acordos complementam o assinado há algumas semanas com o grupo britânico AstraZeneca para a compra de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford.


O número de vacinas encomendadas excede em muito a população britânica de 66 milhões de pessoas.


Muito criticado por sua gestão da crise da pandemia, que causou mais de 45.000 mortes no Reino Unido, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson anunciou, em abril passado, a criação de uma força-tarefa para acelerar os esforços de produção de uma vacina.


Outra vacina promissora


A empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica norte-americana Pfizer divulgaram também nesta segunda dados adicionais de sua vacina experimental contra o coronavírus que mostraram que ela é segura e induziu resposta imunológica nos pacientes.

Os resultados se referem a um teste feito na Alemanha com 60 voluntários saudáveis e são divulgados após as companhias anunciarem mais cedo neste mês dados de um teste em estágio inicial correspondente feito nos Estados Unidos.


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