Qualquer pessoa que resida em Curitiba ou Região Metropolitana já fez o passeio da Estrada da Graciosa ou pelo menos ouviu falar dele. A rodovia centenária se tornou um dos caminhos turísticos mais conhecidos do Paraná e é sempre mais procurada durante o verão, quando o sol e as altas temperaturas deixam a atração ainda mais convidativa.
Embora a Estrada da Graciosa comece propriamente em Curitiba, no Trevo do Atuba, o passeio é mais conhecido pelo trecho de aproximadamente 30 quilômetros que tem início no portal (acesso pela BR-116, em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba) e acaba em Morretes, já no Litoral paranaense.
A centenária Estrada da Graciosa se tornou um dos caminhos turísticos mais conhecidos do Paraná
Leia mais:
Rota das Lavandas completa dois anos e atrai visitantes a Londrina e outras cinco cidades
Dia de Santo Antônio terá distribuição de bolo com medalhinhas, missas e quermesse em Cambé
Feriado perto da natureza: parques estaduais do Paraná estarão abertos no Corpus Christi
Recorde no Guinness: menor cemitério do mundo é atração turística do Paraná
O caminho, cheio de curvas sinuosas, sem acostamento e com um grande trecho em paralelepípedos, exige alguns cuidados para que o passeio seja agradável. A recomendação principal é evitar a estrada em dias de chuva. Além disso, quem trafega pela Estrada da Graciosa deve fazê-lo sem pressa, já que qualquer ultrapassagem pode ser extremamente arriscada.
Quem desce a Graciosa geralmente tem em mente um passeio tranquilo, com o objetivo de ''aumentar a fome'' para degustar um barreado em Morretes. Mas muitos param pela estrada mesmo e aproveitam suas atrações. A Estrada da Graciosa tem recantos, onde é possível encontrar painéis com informações, churrasqueiras, banheiros, parques infantis e quiosques, que, além de água de coco e caldo de cana, vendem os tradicionais quitutes do passeio: milho, pastéis, doces.
Dezenas de pessoas tomam banho entre as pedras localizadas abaixo da ponte de ferro no Recanto Mãe Catira
Os recantos estão estrategicamente localizados perto das atrações mais procuradas pelos turistas para fotos: pontes, vistas privilegiadas da Serra do Mar, quedas d'água. O maior e mais conhecido recanto, o Mãe Catira, fica ao lado do rio de mesmo nome, onde nos fins de semana dezenas de pessoas tomam banho entre as pedras localizadas abaixo da ponte de ferro.
O técnico de iluminação de palco Silseu Alionço, morador de Curitiba, costuma descer com frequência a Estrada da Graciosa junto da família. No dia em que foi entrevistado pela reportagem da FOLHA, um domingo, ele preparava um churrasco. Para depois, planejava completar a descida e terminar com um banho de rio.
''É mais comum fazermos o passeio no verão, mas costumamos descer a Graciosa o ano inteiro'', comentou. Alionço considera que a condição da estrada atualmente é a ideal, com o jeitão ''rústico'' e a estrutura bem equilibrados. ''Se melhorar muito, a estrada vai deixar de ser, vamos dizer, um lugar 'privilegiado'. Por exemplo, há alguns anos aqui não tinha esse quiosque (ao lado da churrasqueira). Quando chega o comércio, a coisa vai ficando diferente. No ponto que está, está bom'', disse o técnico.
O eletricista Dênis Rigloski, de Campo Largo (Região Metropolitana), foi para a Graciosa em um grupo de 10 pessoas. Após o passeio, ficariam pelo Litoral, para uma semana de descanso. ''Gosto daqui pela natureza, pelas belas paisagens, pelas lanchonetes. É um lugar bacana para dar uma relaxada'', afirmou o turista.
Com as chuvas que andaram atormentando o Paraná nas últimas semanas, os comerciantes que trabalham na Estrada da Graciosa agradecem qualquer aparição do sol. ''O movimento andou fraco. Essas catastrófes que aconteceram por causa da chuva em outros lugares espantaram os turistas. A gente acabou prejudicado. Se ficasse sempre um tempo firme, de verão mesmo, vinha bem mais gente'', lamentou Silas Ferreira de Paula, cuja família administra um quiosque em um dos recantos da estrada. ''Se chove, o pessoal não sai'', concordou o cunhado de Ferreira, Vílson Rodrigues da Silva, entre a produção de um caldo de cana e outro.
A comerciante Maria Nelci de Souza há nove anos administra outro quiosque na Graciosa. ''Eu morava em Campo Mourão. Viemos para a região, andamos por Curitiba inteira e viemos parar aqui. Morávamos perto do portal e começamos vendendo cocada na beira da cascata (uma das atrações da estrada). Quando fizeram o quiosque, a gente veio para cá'', explicou Maria Nelci.
Quem chega ao fim do passeio é contemplado com as belezas históricas e culturais de Morretes
Apesar do incômodo das chuvas, ela está confiante no movimento para este verão. ''Acho que está melhor do que o ano passado'', disse a comerciante.