Nota oficial da CBF:
A Confederação Brasileira de Futebol solicitará à Fifa autorização para utilizar a tecnologia no auxílio aos árbitros a partir do Campeonato Brasileiro da Série A em 2016.
O presidente Marco Polo Del Nero atendeu a uma solicitação da Comissão Nacional de Clubes (CNC), que se reuniu na quinta-feira na sede da CBF.
"Sabemos que é impossível a seres humanos atingir o índice de erro zero na arbitragem. Por isso, considerando a solicitação dos clubes, a CBF pleiteará junto à Fifa a aprovação do uso de imagens da TV para auxiliar os árbitros. Queremos que o Brasil tome a liderança no processo de introdução da tecnologia no futebol e que sirva de referência para outros campeonatos no mundo", afirmou Del Nero.
O secretário-geral Walter Feldman foi o representante da CBF na reunião com a CNC e destacou o caráter revolucionário da medida.
"A CBF e os clubes brasileiros entenderam que chegou o momento de introduzirmos uma medida inovadora para seguir aperfeiçoando o sistema de arbitragem na sua permanente busca pela justiça e pela verdade dos fatos. Estamos presenciando um momento histórico", declarou Feldman.
Um projeto já desenvolvido pela Comissão Nacional de Arbitragem será entregue à Fifa para avaliação. O responsável pelo programa de implantação da tecnologia será Manoel Serapião Filho, que viajará a Londres no próximo dia 14 de outubro para participar do Painel Técnico Consultivo da IFAB (International Football Association Board), o órgão que regulamenta as regras do futebol.
Serapião Filho explica que haverá a criação do cargo de Árbitro de Vídeo (AV), que terá a atribuição de corrigir erros técnicos ou disciplinares claros e indiscutíveis que possam alterar diretamente o resultado ou o desenvolvimento das partidas, obedecendo ao princípio de não interrupção do jogo (mínima interferência).
"O AV atuará com base em imagem televisiva simultânea e com possibilidade de imediato replay. A comunicação com os árbitros será feita por ponto eletrônico", disse o ex-árbitro.
Os seguintes lances deverão ter a interferência imediata do AV:
a) Dúvida se a bola entrou ou não no gol;
b) Saídas da bola pela linha de meta, quando na mesma jogada ou contexto for marcado gol ou pênalti;
c) Definição do local de tiros livres diretos, ocorridos nos limites da grande área, para definir se houve ou não pênalti;
d) Gols e pênaltis marcados, possibilitados e evitados em razão de erro em lances de faltas claras/indiscutíveis, não vistas ou marcadas de modo claramente equivocado
e) Impedimentos por interferência no jogo, caso na mesma jogada haja gol ou pênalti;
f) Jogo brusco grave ou agressão física (conduta violenta) indiscutíveis não vistos ou mal decididos pela arbitragem;
"É importante dizer que a tecnologia não evitará todos os equívocos de arbitragem, pois a atuação do AV somente se dará para evitar erros claros, indiscutíveis e que tenham influência no resultado da partida. A comissão está muito satisfeita em participar deste processo de evolução da arbitragem", finalizou Sérgio Corrêa.