Há muito tempo não se via uma eleição tão quente e apimentada para a Federação Paranaense de Futebol como a que se aproxima agora.
Durante mais de 20 anos a entidade ficou sobre a "ditadura" do Onaireves e desde que assumiu, Hélio Cury nunca teve adversários.
Desta vez a história é diferente e Cury e Ricardo Gomyde deve disputar voto a voto pela presidência da entidade.
De um lado Hélio Cury, que havia prometido em 2007, quando assumiu, que era contra a perpetuação de um único nome a frente da FPF. Parece que mudou de ideia durante esses oito anos no comando do futebol paranaense. Assim como seu antecessor, parece que não quer largar o trono.
Cury tem o apoio da maioria dos clubes e ligas amadores, além do respaldo de grande parte dos times profissionais do interior. Mas tem contra si o empobrecimento a olhos vistos do futebol paranaense nos últimos anos.
É bom lembrar que somente 26 clubes profissionais podem votar na eleição, contra 29 times amadores da Grande Curitiba, além de 6 ligas amadoras.
No outro front da disputa aparece o ex-secretário estadual do Esporte, Ricardo Gomyde, lançado e apoiado pelo trio de ferro de Curitiba. De longe, me parece ser uma espécie de bibelô nas mãos dos dirigentes curitibanos, que pretendem com ele voltar a ter força nos bastidores da entidade.
Não sei até que ponto uma vitória do grupo oposicionista seria interessante para os clubes do interior. Apesar que só de pensar na continuidade dá uma sensação de desespero e impotência.
A oposição, como sempre, age da mesma forma. Crítica e denúncia a atual gestão e promete coisas inimagináveis para a realidade do futebol paranaense.
Como o compromisso de transmitir a 2ª e 3ª divisões do Paranaense, através da TV estatal Educativa, com dinheiro da iniciativa privada. Será? Se falta patrocínio para a primeira, imagina para o resto.
Os clubes do interior paranaense receberam de cota da televisão R$ 300 mil pelo campeonato todo, enquanto no Rio Grande dos Sul, só para citar um exemplo, o chamados "nanicos" receberam R$ 800 mil. Até os times médios de Santa Catarina ganham mais que os nossos.
A eleição, que por incrível que pareça ainda não tem data marcada mesmo tendo que ser feita até o fim de março, está mais ou menos da seguinte forma: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.
A grande realidade é que o futebol paranaense empobreceu, perdeu competitividade e representatividade em nível nacional nos últimos anos. Temos um campeonato com times apenas medianos e sem atração para o torcedor e clubes cada vez mais endividados. E essa tendência precisa ser revertida rapidamente.