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Final da Libertadores é o reflexo do povo e do futebol sul-americano

26 nov 2018 às 15:12

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A final da Libertadores entre Boca Juniors e River Plate, que era para ser a maior de todos os tempos, se tornou a mais patética da história e trouxe aos olhos do mundo inteiro a realidade do futebol e da cultura do povo sul-americano.

A Conmebol, que ao longo das décadas, sempre empurrou com a barriga as irregularidades no nosso futebol com punições pífias e brandas, sem falar nos acordos e arranjos por baixo do pano, foi "desmacarada" justamente na sua festa de gala. O mundo inteiro estava voltado para Buenos Aires.

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A incompetência da entidade e dos organizadores do jogo, a indecisão da Confederação Sul-Americana em saber o que fazer após os lamentáveis acontecimentos contra a delegação do Boca, salta aos olhos. Assim como a cultura de nós sul-americanos.

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Não tem nada a ver com a síndrome de vira-lata. Mas, sim reconhecer que esta é a nossa realidade. De nós brasileiros também. A depredação ao que é do outro, a agressão e ofensa a quem pensa diferente ou a quem tem paixão por uma outra camisa, o vandalismo, a selvageria, o gosto pelo que é errado. Isso é o reflexo da nossa sociedade. Tudo isso aliado a impunidade que nos rege, nos leva a esta barbárie atual em todos os segmentos.

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O Diário Olé, maior e mais importante jornal esportivo da Argentina e famoso pelo seu lado patriota e bairrista, cravou em uma das suas manchetes no domingo (25). "Somos um país débil mental".


A incompetência e desorganização da Conmebol, aliada a queda vertiginosa da qualidade do nosso futebol, se reflete ano após ano na supremacia europeia no futebol mundial.

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Não é à toa que os últimos quatro campeões do Mundo são europeus. Não é por acaso que o continente ganhou os dois últimos campeonatos mundiais sub-17 e sub-20, com a Inglaterra. Dos últimos sete campeões mundiais sub-17, nenhum foi da América do Sul. A última vez que um sul-americano ganhou o Mundial sub-20 foi em 2011, com a seleção brasileira.


Das 14 edições do Mundial de Clubes organizado pelo Fifa, dez ficaram com os europeus. O último a ganhar do lado de cá do Atlântico foi o Corinthians, em 2012. Depois disso, já são cinco títulos europeus seguidos. Nada é por acaso.


Só há uma única maneira da Conmebol dar o primeiro passo para revolucionar o futebol sul-americano. E a decisão ter que ser dura. Declarar que a Libertadores este ano não terá campeão e que os clubes argentinos, todos, estão suspensos de todas as competições organizadas pela entidade nos próximos três, quatro anos.

Mas imaginar este tipo de atitude de uma entidade como a Conmebol é a mesma coisa que acreditar que o nosso futebol vá mudar da noite para o dia, com um simples passe de mágica. Diante disso, vamos continuar passando vergonha como povo e nação e o nosso futebol estará cada vez mais a margem do futebol mundial.


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