Esperei a definição dos classificados da série D para a série C para relatar esta situação. Após a fatídica eliminação do Londrina em Caxias do Sul, a imprensa de Londrina, duas horas depois que já havia terminado o jogo, aguardava ainda alguns companheiros para poder retornar ao Paraná.
O nosso ônibus estava parado no estacionamento interno do Alfredo Jaconi, já não havia mais nenhum torcedor. Próximo ao ônibus havia uma sala onde estavam, em torno de uma mesa, cinco ou seis homens. Comemoravam a classificação tomando vinho.
Ao nos ver, um deles se dirigiu a nós e nos ofereceu vinho. O grupo era de dirigentes do Juventude. Vinho gaúcho do bom. A garrafa e as taças, produtos oficiais do clube, personalizados.
O dirigente elogiou a presença maciça da imprensa de Londrina e reconheceu a força do Lec. O repórter Thiago Mossini, da Folha de Londrina, então, questionou o diretor sobre os caminhos que o clube trilhou para voltar a ser forte.
Depois que a Parmalat deixou o Juventude, o clube se afundou em dívidas. Ficou em uma situação, talvez até mais dramática que a do Londrina. Chegou, literalmente, no fim do poço.
A resposta foi rápida e direta. "Nós profissionalizamos o clube. Hoje ninguém trabalha só por amor ao Juventude. Todos os setores foram profissionalizados. Cada um é cobrado por resultados. Se os resultados aparecerem são mantidos, caso contrário trocamos os nomes".
Este é um bom exemplo do que é necessário fazer no futebol moderno e competitivo. Após três anos desta mudança de filosofia, o Juventude começa a colher os frutos. Está na série C. Talvez seja um modelo que poderíamos seguir por aqui.