Sinal de Alarme
Diga-me como andam seus pensamentos e te direi quem são suas companhias.
Anônimo
Pouco se fala sobre esse monstro que envolve a nossa sociedade. Pouco se noticia. Com a cautela de não promover ainda mais o estímulo desse mal, a mídia segue um pacto silencioso e não abre espaço para esse tipo de notícia. Notícia da tragédia alheia, que só traria ainda mais o caos para as famílias que vivenciam o suicídio.
Os números não são poucos, mas os relatos sim. Quando acontece num lar elitizado, o caso é abafado. Quando ocorre na periferia de um lar desordenado qualquer, atribui-se o desespero à pobreza e a desesperança.
O que ocorre é que o suicídio revela o auge do desespero de uma pessoa e nos traz a tona o quão é sério os índices de gente infeliz pairando por esse mundo. O ato de tirar a própria vida está em todas as classes e idades. A perturbação mental e espiritual não escolhe perfil. O equilíbrio e a paz de espírito são os únicos recursos para afastar alguém desse desespero que geralmente só é percebido quando os instantes finais da vida já se interrompem com o ato brusco da morte consciente.
Não consegui encontrar estatísticas recentes, mas uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde no ano de 2004 apontava que de cada 200 mil brasileiros, nove cometiam suicídio. Só naquele ano foram registradas 7.987 mortes por suicídio no País. Se a média está abaixo do índice considerado preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), algumas particularidades desse levantamento despertaram a atenção das autoridades nacionais.
Entre os estados, o Rio Grande do Sul é o que tem a maior taxa, 9,88 para 100 mil. O Paraná aparece na sexta posição deste ranking, mas Curitiba é a terceira capital em que mais ocorreram suicídios de mulheres em 2004. Segundo o Ministério da Saúde, 3,3 de cada 100 mil mulheres curitibanas tiraram a própria vida.
É lamentável ver índices tão alarmantes e entender disso que há muita gente infeliz no planeta. Como podemos ajudar? Você já parou pra pensar que alguém muito próximo a você pode já ter pensado em tirar a sua própria vida? Será que estamos sendo suficientemente úteis àqueles que precisam de nosso ombro amigo para conseguir desabafar suas mazelas e assim se sentir menos perdido a ponto de tomar certa atitude?
Que todos nós possamos lembrar desta data e refletir sobre a seriedade do assunto. Que estejamos atentos aos que estão ao nosso redor e que possamos ser luzes em seus caminhos para despertar a cada dia a esperança para a busca da vida e não da morte.