Foi quase como chamar o telespectador de otário. Depois de seis meses, um dos mistérios da novela das 21 horas foi revelado ontem. E deixou os noveleiros embasbacados. De vergonha.
Gerson, o atormentado personagem de Marcelo Antony gosta de "sexo sujo". Era isso que ele procurava na internet, depois de se sentir ameaçado por freqüentar banheiros fétidos e contratar prostitutas, como posso dizer, "asquerosas"?
Foi tudo tão ridículo, que mal pude acreditar. Lembrei do nojo que a inexpressiva Carolina Dieckmann tentou demonstrar quando viu as cenas no computador e do texto que Saulo disse ao flagrar o irmão praticando o "delito".
O autor soube criar o mistério, mas não resolveu-o à altura. Além de contratar o psicanalista Flávio Gikovate para "atuar" como o terapeuta de Gerson, ainda nos obrigou a ouvir um dos profissionais mais respeitados da área dizer que isso que atormenta o piloto de corridas, era comum, muita gentia "padecia" do mesmo "mal".
De um autor como Silvio de Abreu, esperava algo um pouco mais inteligente, discutível, diferente. Se numa mesma novela a mãe se torna amante do namorado da filha, gostar de "sexo sujo", parece algo muito simplório, não?
Senti vergonha alheia. E o capítulo registrou 38 pontos de média, em São Paulo.