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O mundo não vai acabar nunca

29 ago 2010 às 22:18

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Ontem tive o prazer de ver um filme nacional que não falava da pobreza do nordeste nem da miséria das favelas. Antes que o mundo acabe, de Ana Luiza Azevedo, conta as angústias e dificuldades de Daniel, um adolescente de 15 anos que mora na pacata São Pedro do Sul, cidade a pouco mais de 300 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.


Mas o que se passou naquela cidade, talvez seja o mesmo conflito dos adolescentes que moram em Rolândia, Assaí, Cornélio Procópio. Daniel ouve a pretensa namorada pedir um tempo para dar uns beijos no melhor amigo, que se envolve numa enrascada e acaba suspenso do colégio, e ainda recebe uma carta do verdadeiro pai, que o abandonou com a mãe para fotografar o que achava importante, antes que o mundo acabasse.

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A diretora consegue mostrar esse universo de maneira sensível, nada invasivo e conta com um elenco muito bem entrosado e entregue à película. É aquele tipo de filme que faz a gente desejar viver por muitos e muitos anos.

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E esse viver é um eterno e agradável rememorar. Em 1985, por exemplo, assim como na história de Daniel, eu e o Juliano, amigo do jardim da infância, saímos de Rolândia para ver De Volta para o Futuro, que era exibido no Cine Vila Rica. No Cine Londrina, passava Conan, o Bárbaro, com Arnold Schwarzenegger. Qual não foi o nosso susto quando, começou a passar no Vila Rica, o filme do brutamontes e não a ficção científica. Tentamos sair da sala, por achar que estávamos no lugar errado, mas a funcionária nos explicou que se tratava apenas de um trailler e que, na sequência, começaria o filme que desejávamos ver. É que no cinema em Rolândia, nunca passava trailler. Para nós, foi uma grande descoberta.

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Por lembranças como esta que gostei tanto de Antes que o Mundo Acabe. Porque houve um tempo em que as preocupações eram estudar pra prova, passar em frente da casa onde morava a garota mais bonita da escola, ficar irritado por ter que empurrar a bicicleta com o pneu furado.


Como a vida de adulto tem angústias bem mais profundas, é muito encantador reviver a emoção de achar que nada mais valeria a pena porque a paixão de toda a sua vida, agora está olhando diferente pro seu melhor amigo. O tempo passa, as paixões mudam. Só fica a vontade de continuar aproveitando mais e mais cada dia que a vida nos oferece.

PS: Com este post, o blog passará abrigar também outros escritos que não versem apenas sobre televisão. Espero que gostem.


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