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Record não copia o "melhor" da Globo

14 abr 2010 às 12:04

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É público e notório o interesse da Record em se aproximar da Globo na disputa pela audiência. Para isso, não hesita em pagar salários milionários para tirar o elenco da concorrente. Está investindo em várias frentes, ganhou a exclusividade das Olimpíadas de 2012, mas até agora não conseguiu fazer a lição de casa básica, que a Globo já aprendeu logo depois de estrear, nos idos de 1965: grade de programação. Muito cedo, entenderam que televisão é hábito. Que o telespectador gosta de ligar o aparelho e saber exatamente o que vai ser exibido.


Bom... ontem a Record reestreou a minissérie bíblica, A História de Ester, às 18 horas. Até aí nenhum problema, não fosse o fato da atração ter encerrado a primeira exibição na quinta-feira passada. Tudo bem que a produção foi caríssima, com cada capítulo estimado em 500 mil reais. Mas depois desta obra, o que virá na sequência? O festival Pica-Pau? Nem vou entrar no mérito da qualidade do que foi apresentado, apesar da superprodução pecar na caracterização dos personagens e as interpretações ficarem parecendo jogral em muitas cenas. O problema é estimular o telespectador a ficar sintonizado na emissora.

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Outro detalhe de planejamento: a excelente Poder Paralelo terminou com quase um ano no ar e a substituta, Ribeirão do Tempo, já está sendo gravada desde o final do ano passado e, até agora, não tem nem previsão de quando vai estrear. Já Bela, a Feia, prevista para terminar no mês que vem, ganhará mais 40 capítulos porque a audiência está em alta. A substituta está em início de produção.

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Sem continuidade, não tem como prender a atenção do público. Por isso que, chova ou faça sol, a Globo exibe, nem que seja de forma compacta, as novelas da grade, de segunda a sábado, com raríssimas exceções, geralmente ligadas a prorrogações de competições esportivas. Desta forma, todo mundo sabe que 18 horas tem novela, 19 tem telejornal, 20 horas tem telejornal nacional, 21 horas outra novela, depois linha de shows.


Sem uma coerência mínima, fica bem difícil conquistar o público, ainda mais nesses tempos com tantas opções de entretenimento. Como diria o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, assim não dá, assim não pode ser.


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