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Soneto para os solitários

26 out 2010 às 22:24

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Recebi de um amigo, tempos atrás, o poema abaixo, de autoria de Carlos Pena Filho, escritor pernambucano. Remexendo alguns escritos hoje, achei-o tão bonito que decidi compartilhá-lo.


A solidão e sua porta

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Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar.
E quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha),

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Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
E até Deus, em seu silêncio se afastar
Deixando-te sozinho na batalha


E arquiteta na sombra a despedida
do mundo que te for contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida

Com tudo que insolvente e provisório
e de que ainda tem uma salva:
entrar no acaso e amar o transitório.


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