Recebi de um amigo, tempos atrás, o poema abaixo, de autoria de Carlos Pena Filho, escritor pernambucano. Remexendo alguns escritos hoje, achei-o tão bonito que decidi compartilhá-lo.
A solidão e sua porta
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar.
E quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha),
Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
E até Deus, em seu silêncio se afastar
Deixando-te sozinho na batalha
E arquiteta na sombra a despedida
do mundo que te for contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
Com tudo que insolvente e provisório
e de que ainda tem uma salva:
entrar no acaso e amar o transitório.