Posso apostar que depois de Edgar e Marcela, é o romance entre dois homens que está chamando a atenção na novela das 19 horas. Logo no começo, Maria Adelaide Amaral apresentou um casal – Julinho e Osmar - que vivia muito bem, a despeito do preconceito familiar, que despertou interesse justamente pela naturalidade com que a situação era retratada.
Para dar tempero, Osmar morre num acidente, Julinho vai morar com a família dele, é expulso pela ex-futura-sogra preconceituosa, para depois, ao perder a mãe verdadeira, ser aceito por Bruna. Giulia Gam chegou a dizer que nunca sofrera tanto ao fazer uma cena, como a que expulsou o ex-futuro-"genro" de casa. Toda esta dor foi necessária para que a personagem entendesse os sentimentos do filho morto, recuasse e, principalmente, perdoasse e aprendesse a conviver com a diferença.
Agora, um novo amor apareceu para Julinho. E da maneira mais inesperada. Thales, o surfista que ajudou a magnífica Jaqueline Maldonado se vingar de Jacques Leclair, apaixonou-se à primeira vista por Julinho e não sabe conviver com esta "descoberta". Confessou a paixão, não foi acolhido e agora sente-se "envergonhado". Ainda restam uns 40 capítulos para que tudo fique bem no final.
O mais interessante a destacar é a forma delicada com que Maria Adelaide do Amaral está tratando o tema. Tudo é espontâneo, sem forçar a barra, deixando a situação como ela realmente é: absolutamente normal. Os personagens não são afetados, nem caricatos, o que deixa tudo ainda mais saboroso. Tanto se falou, tanto se comentou e, como quem não quer nada, a autora está prestando um grande serviço de respeito à diversidade. Eis aí um avanço a se comemorar.