Volta e meia a classificação indicativa dos programas de televisão é assunto que gera muita polêmica. Hoje a Folha de S. Paulo publicou uma nota dizendo que uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça revelou que 74,2% dos pais entrevistados são favoráveis à uma maior rigidez na classificação dos programas. Foram ouvidas 4.400 pessoas – metade pais e responsáveis, metade adolescentes.
Esses pais querem que o Estado faça o papel que cabe a eles na educação dos filhos. Na prática, não querem assumir o ônus de discutir com os filhos o que eles podem ou não ver na telinha. A omissão é trágica se não fosse irresponsável.
Tudo bem que as TVs são concessões dadas pelo Estado. E cabe sim ao Estado estabelecer normas para que as emissoras tenham um mínimo de bom senso. Ao classificar uma determinada atração como não recomendada para determinada idade, está mais do que bom. Todo o restante cabe aos pais.
Na correria de trabalhar e cuidar da casa, muitos pais querem fugir da responsabilidade que é só deles. Se não podem educar, pensasse nisso antes de colocar criança no mundo. Querer que alguém de fora venha dizer o que é bom ou não é a mais tosca das omissões. Ser pai exige compromisso e responsabilidade. Todo o resto é hipocrisia e fuga da realidade.