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A uva em sua origem

13 jul 2016 às 14:59

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Há alguns anos conversei com Celito Guerra, Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa uva e vinhos de Bento Gonçalves (RS). Nosso contato foi sobre as influências do clima na vinha, aspectos sobre os vinhos produzidos em diferentes regiões. Segundo Celito, a vinha é uma planta de origem temperada, possui dezenas de espécies, mas as mais comuns são a "vitis vinífera" e a "vitis labrusca", que produzem frutos mais adequados à produção de vinhos. Dentro destas, observamos a existência de centenas, ou melhor milhares de varietais de vinhas diferentes, que cada uma mostra característica própria.
Lembrar-me desta verdadeira aula com o Celito, me trouxe à memória um trabalho que a especialista e crítica de vinhos inglesa, Jancis Robinson, publicou em parceria com Julia Harding e o geneticista José Vuillamoz, onde catalogou mais de 1300 varietais de uvas viníferas diferentes, ainda que em sua origem cada uma delas possam ter seus pares genéticos de similaridade.
Logo podemos concluir que a riqueza desta fruta é incalculável, sem necessidade de mencionar que faz parte da história do homem em sua trajetória desde a antiguidade. Tal riqueza é observada justamente pela diversificação, cada varietal apresenta caráter próprio e proporciona um leque de opções na utilização tanto em diferentes localizações no mundo todo, climas, solos, altitudes e diferentes condições, a capacidade desta espécie se adaptar é algo notável.
O que é ainda mais interessante é que cada uva proporciona um tipo diferente de vinho mas não só pelo varietal (segundo Celito Guerra), o que mais influencia as caracteristicas organolépticas no vinho, (visualização, aromas, sabores ,etc.) é certamente o terroir (termo de origem francês, que explica o conjunto : solo, clima, altitude, insolação , fertilidade , topografia etc.).
Por isso vemos a maioria do vinhos europeus (velho mundo onde se produz os mais tradicionais vinhos) informando em seus rótulos suas denominações de origem, por lá, citação do varietal dificilmente é mencionado no rótulo do vinho. Mas acima de tudo a localização onde foi produzido. No novo mundo (que os interessantes "terroirs" ainda estão sendo descobertos) o consumidor se acostumou erroneamente observar e, se referir ao varietal da uva. Mas, Celito Guerra, comenta que é necessário compreender, desde o início quando um "vignerron" prepara o solo e escolhe a melhor muda de vinha para o plantio. A escolha já é algo muito importante, pois alguns varietais se comportam muito bem em algumas áreas especificas mais do que isso, a um certo tipo de microclima. Outros varietais simplesmente não vão demonstrar todo seu potencial pois necessita de um microclima tal que aquela área especifica não possui.
Daí, o imprescindível: a mão do homem.
Bem, no campo, as uvas inicialmente são plantadas em solos já preparados para este fim, sempre em solos mecanizados, mas o preparo é feito segundo um critério rígido de acordo com o objetivo do produtor. Após o plantio, o cultivo nos primeiros anos são vitais às vinhas, como uma criança que necessita dos cuidados da mãe. E após alguns anos (3 ou 4 anos) já iniciam a produção, que é anual. O detalhe para se produzir grandes vinhos, é que as vinhas jovens produzem bem (bom volume), mas as uvas de alta complexidade somente virão mais tarde, quando as vinhas se tornam mais velhas, e produzem menor volume naturalmente, e em conjunto com o clima de uma especifica safra, ocorre a oportunidade de colher belíssimos grãos e fazer um grande vinho.
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