Inovação no campo é um tema dos mais importantes em um estado cuja economia depende muito do agropecuária, como é o caso do Paraná. Entrevisto hoje o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara:
1) O setor agrícola paranaense se destaca em nível nacional em termos de desenvolvimento de inovação, com muitas startups, fundos de investimento e espaços de fomento à inovação. Porém, nem sempre essa inovação chega em diversas propriedades, sobretudo nas pequenas de agricultura familiar. Dentre as razões estão a dificuldade de a extensão rural pública realizar transferência e difusão de tecnologia em todo o estado, linhas de crédito subsidiadas para aquisição de novas tecnologias, infraestrutura de telecomunicações e até inovações pensadas exclusivamente para pequenas propriedades, já que a maioria das novas tecnologias são direcionadas às grandes propriedades. Como a Secretaria de Agricultura do Paraná vem lidando com esses desafios?
O Governo do Estado tem feito a sua parte, inclusive para que as novas tecnologias sejam acessíveis a todos e não apenas “direcionadas às grandes propriedades”. O Estado mantém 24 estações de pesquisa e desenvolvimento, bastante focadas em desenvolver novos materiais como, por exemplo, de café e de feijão, mas trabalhando fortemente no jeito correto de fazer agricultura. Porque o Paraná tem como característica uma economia agrícola e agroindustrial, que responde por cerca de 35% do Produto Interno Bruto (PIB). Cerca de 80% do esforço exportador paranaense é agribusiness, mas também é um agro muito feito por pequenos. Então nós temos que, de fato, adaptar máquinas, implementos, equipamentos, um jeito de fazer para esse tamanho. Por isso temos um programa chamado Trator Solidário, que possibilita a compra de tratores menores, implementos e equipamentos a preços mais acessíveis.
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Temos sim deficiências e grandes desafios. Por isso investimos muito esforço para fazer as concessões de rodovias. Temos também um projeto ousado em andamento que é a construção de uma nova ferrovia com traçado mais inteligente, mais eficiente, ligando Maracaju (MS) ao Porto Paranaguá. É verdade que ainda não se consegue usar toda a parafernália tecnológica paga e embarcada em máquinas, porque há deficiência grande de conectividade no meio rural, mas há um esforço do Governo, junto com entidades do setor privado como as cooperativas, no sentido de despertarmos para a necessidade de dotar o Estado de sinal, para que todo o conhecimento e ciência sejam empregados a favor de uma agricultura cada vez mais tecnológica. O próprio estado tem liberado recursos, inclusive crédito de ICMS, para provocar investimentos em capacidade de conectividade, seja por estações rádio base, seja por cabos de fibra ótica chegando em comunidades rurais, seja por satélites de menor custo para os usuários.
Continua na próxima semana...
Desejo um Feliz Natal a todos meus queridos leitores ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
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