Comemorando um ano de atividade, o INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Toxoplasmose), localizado no CCA (Centro de Ciências Agrárias) da UEL, é composto por 70 pesquisadores brasileiros e 14 estrangeiros vindos de 32 instituições conectadas, trabalhando em busca de uma vacina para a doença.
As atividades do grupo começaram em março de 2023, logo após a UEL ser contemplada na Chamada 58/2022 do Programa INCT (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia), do CNPq, que financia pesquisas de alto impacto, com investimento de R$ 5 milhões.
No Brasil, 14 estados de todas as regiões estão representados no INCT com pesquisadores desenvolvendo projetos científicos que buscam um kit de diagnóstico rápido para a doença, além de uma vacina para suínos e gatos, animais considerados os principais transmissores da doença.
Leia mais:
Polícia Rodoviária Estadual apreende mais de duas toneladas de maconha em Rolândia
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Enem: provas de matemática e ciências da natureza são reaplicadas nesta quarta-feira
Motorista de 31 anos morre no hospital após bater carro em pinheiro no Norte Pioneiro
A toxoplasmose é uma zoonose que afeta a saúde pública brasileira. Recentemente, em 2018, houve um surto da doença em Santa Maria (RS), com um óbito. Outra manifestação intensa do parasita ocorreu em Santa Isabel do Ivaí, no Noroeste do Paraná.
O protozoário pode ser encontrado em fezes de gato e alimentos contaminados e pode causar graves complicações em gestantes e pessoas com o sistema imunológico debilitado.
As pesquisas do INCT têm foco na prevenção, daí a importância da criação de um kit rápido. Além desse esforço, os pesquisadores têm projeto para o desenvolvimento da primeira vacina brasileira contra toxoplasmose.
O imunizante é utilizado em ovinos e caprinos apenas no Reino Unido, Irlanda, França e Nova Zelândia. A vacina nacional se encontra em estágio de ensaio pré-clínico. O imunizante deverá ser aplicado em gatos (que contaminam o meio ambiente por meio das fezes) e em suínos (que podem transmitir a doença pelo consumo da carne mal passada).
O coordenador do Instituto, João Luis Garcia, do Departamento de Medicina Veterinária e Preventiva (DMVP), afirma que o projeto foca na chamada Saúde Única, focando em ferramentas que possam fortalecer medidas preventivas, de forma conciliada com a sustentabilidade.
O público-alvo das medidas preventivas envolve crianças e gestantes. "Outra preocupação é quanto aos animais de produção, já que a doença não pode ser constatada na inspeção sanitária", afirma.
Por meio do INCT Toxoplasmose, a estudante Ana Clésia da Silva viajou em agosto do ano passado para os Estados Unidos, onde aprofunda pesquisas sobre a doença na Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU), considerado um importante centro de pesquisa da doença.
Pesquisadores interessados ainda podem submeter seus projetos para avaliação. As propostas podem ser enviadas para o portal do Instituto.