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Câmara de Londrina

Após interrogatório, Boca Aberta alega 'perseguição política' e critica relator da investigação

Rafael Machado - Grupo Folha
04 out 2017 às 15:51

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- Rafael Machado/Grupo Folha
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Depois de apresentar atestados médicos, o vereador Boca Aberta (PR) compareceu à reunião da Comissão Processante (CP) da Câmara Municipal de Londrina no final da manhã desta quarta-feira (4). Ele é investigado por suposta quebra de decoro por ter pedido dinheiro nas redes sociais para pagar uma multa aplicada pela Justiça Eleitoral. O interrogatório do parlamentar, que chegou acompanhado de seu advogado, Eduardo Duarte Ferreira, durou mais de duas horas. Ao fim, e durante coletiva de imprensa, disse que está sendo perseguido politicamente e criticou o relator da CP, o vereador Rony Alves ( PTB).

No início da audiência, Ferreira, por três vezes, pediu a suspeição de Rony Alves, incumbido de elaborar o relatório final da investigação. O advogado citou processos cíveis e criminais movidos por Alves contra Boca Aberta. Lembrou também da denúncia que está sendo apurada sobre supostas irregularidades na viagem que Rony fez ao Japão em 2014. As solicitações foram indeferidas pelo presidente da CP, Felipe Prochet (PSD). "É uma aberração o credor processar o devedor", esbravejou o defensor.

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"Esta não é a hora de juntar documentos, mas de colher o depoimento do vereador. Estamos dando a oportunidade de defesa, cumprindo assim a determinação do juiz da 1ª Vara de Fazenda Pública, Marcos José Vieira", afirmou Prochet. Boca Aberta só começou a falar depois das 12h. Em boa parte do discurso, desferiu críticas ferrenhas à atuação do procurador jurídico da Câmara, Miguel Aranega Garcia, e de Rony Alves. "Eles não têm moral para estar aqui. Há um complô para cassar o meu mandato. Está tudo armado", pontuou.

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Alves e Aranega não responderam às ofensas. Em entrevista coletiva, Boca Aberta afirmou que "é vítima de uma perseguição política". Disse também ter provas de que a enfermeira e servidora municipal Regina Amâncio, que o denunciou na Câmara, está recebendo R$ 1,5 mil de Rony, que negou a acusação.


O prazo para conclusão dos trabalhos da CP também é motivo de questionamento jurídico. Enquanto o advogado Eduardo Duarte Ferreira insiste que a investigação deve ser encerrada em 9 de outubro, o procurador da Câmara vislumbra possiblidade de a data limite ser dia 17 do mesmo mês. "Vamos recorrer à Justiça se isso não for respeitado", observou Ferreira.

Agora, a CP tem cinco dias para alegações finais. Logo depois, será apresentado o relatório do grupo, que pode indicar ou não a necessidade de cassar o mandato de Boca Aberta. "Quais são os fatos novos que ele trouxe para o processo? Praticamente nenhuma novidade", concluiu o relator da comissão.


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