Alguns bairros de Londrina, como a Vila Brasil (região central), ainda estão sem receber a coleta seletiva. A falta do serviço é gerada pela briga entre catadores de duas cooperativas da cidade. Integrantes da Coocepeve estariam dificultando o trabalho oferecido pela Cooprelon.
"O que nós sabemos é que os recicladores estão sendo tratados com hostilidade", afirmou o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai. "A intriga prejudica o londrinense, que vai ficar sem receber o serviço. Estamos acompanhando a situação, para garantir que o contrato com a Cooprelon seja cumprido em sua totalidade", completou. A atual administração vai pagar R$ 1,4 milhão à cooperativa pela realização do serviço em 64 mil domicílios de Londrina.
A presidente da Coocepeve, Sandra Araújo Barroso, confirmou o desentendimento entre os catadores. "A hostilidade aparece quando a CMTU promete atender as nossas reivindicações, mas apresenta um contrato que não prevê isso. Só queremos continuar com o serviço em bairros que já atendíamos antes da contratação da Cooprelon", argumentou.
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A Coocepeve também questiona a contratação da nova cooperativa. O contrato firmado entre município e Cooprelon não atende o Plano Nacional de Saneamento. A ilegalidade estaria no fato de o presidente e o diretor financeiro da entidade não serem catadores de baixa renda.
O caso está sendo investigado pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Londrina. ''Foi defendido que eles deixassem suas funções e que os cargos sejam ocupados por catadores. Caso isso não aconteça, o contrato pode ser cancelado', garantiu o presidente da CMTU.
Novo plano de trabalho
No último dia 16, representantes da Coocepeve e da CMTU se reuniram para analisar a situação da cooperativa. Pela proposta da companhia, os 160 catadores, integrantes da entidade, ficariam responsáveis por oferecer o serviço a 42 mil domicílios localizados nas regiões oeste, leste e sul de Londrina.
"Eles encaminharam, no início desta semana, uma contraproposta prevendo a inclusão de bairros pequenos ao plano de trabalho apresentado na reunião do último dia 16. São modificações que não vão ser acatadas. Devemos reenviar a proposta para a Cocepeve ainda nesta semana e tentar assinar o contrato com a cooperativa no início da próxima", afirmou o presidente da CMTU. O valor que será pago à cooperativa pelo serviço não foi divulgado pela companhia.
A presidente da Coocepeve se mostrou conformada com a situação. "Tentamos incluir alguns bairros à proposta, mas parece que a companhia não quer aceitar. Vamos ter que acatar o que está sendo oferecido. Não podemos perder mais setores", disse Sandra Araújo Barroso.
Pelo novo plano de trabalho, a cidade passaria a contar com o serviço de três cooperativas. Além da Cooprelon e da Coocepeve, a Coopersil ficaria responsável por oferecer a coleta para 95 mil domicílios distribuídos nas regiões norte, sul e oeste de Londrina.