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Alimentação

Conquista da cesta básica requer força e paciência

Redação - Folha de Londrina
23 jun 2003 às 20:00

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Moradores deixam centro comunitário do Violin com os alimentos - Dorico da Silva
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Se garantir uma cesta básica todo mês já é difícil para algumas famílias carentes, transportar para casa esse alimento também não é nada fácil.

Há dois meses, moradores do Conjunto Novo Amparo (zona norte de Londrina) beneficiados com uma cesta do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) caminham 40 minutos até o Centro Comunitário do Conjunto Violin (também na zona norte), onde é feita a distribuição. Além da distância, eles enfrentam uma longa fila e o sacrifício de carregar para casa a cesta, que pesa 20 quilos.

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São aproximadamente 260 cestas distribuídas todos os meses na região. A entrega é marcada para às 8h30, mas a partir das 6h30 as pessoas já começam a chegar para garantir um lugar na frente da fila, que dobra o quarteirão. A desempregada Ivone dos Santos Costa, 52 anos, disse que acorda às 6 horas para buscar o benefício. ''É bastante sacrifício, mas a gente precisa fazer isso para garantir a cesta'', afirmou.

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Antes, a entrega era feita em um local perto do bairro. Dirceu Bueno de Almeida, 35 anos, ajudante de serviços gerais, morador do Novo Amparo, reclama que além da distância, a fila é muito grande. Almeida é um dos que carrega no braço o pacote contendo produtos como arroz, feijão, óleo, açúcar, macarrão, fubá, sal, bolacha, goiabada, café e massa de tomate.

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Algumas pessoas pagam carroceiros e ciclistas para carregar as cestas. Marta Andrade Ferreira, 32 anos, está grávida e disse que não consegue levar a cesta até sua casa. Por isso, ela recebe ajuda de um parente que é carroceiro. ''Como ele é meu tio, eu pago R$ 1,00, mas os outros pagam R$ 2,00'', declarou.


Outra reclamação dos moradores é a diferença entre a duração do benefício. Alguns recebem cartões que valem seis meses de cesta, outros têm validade por três meses e alguns são alternados - a cesta é entregue um mês sim, outro não.

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A assistente social responsável pela região, Marcelle Diório de Souza, 25 anos, disse que a mudança no local de entrega das cestas foi feita para facilitar o trabalho da prefeitura. ''São várias cestas e vários bairros para serem atendidos. O que nós tentamos foi conciliar os bairros próximos para que a entrega fosse feita em um dia para o maior número de pessoas'', justificou.


De acordo com Marcelle, a diferença entre o prazo das cestas depende da situação de cada morador. ''Cada pessoa tem um problema específico e a ajuda é dada pelo período que acreditamos ser necessário. Se precisar, o benefício é prolongado. Os que recebem as cestas alternadas é porque moram sozinhos ou recebem outro tipo de ajuda também'', explicou.

O Provopar disse que a distribuição das cestas vai ser substituída pelos cupons do Fome Zero (programa do governo federal) a partir do mês que vem e o problema da distância não acontecerá mais, já que as pessoas irão receber os cupons no próprio bairro onde moram.


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