Uma assembleia de motoristas e cobradores, liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo de Londrina (Sinttrol), decidiu na última terça-feira (16) pela realização de uma paralisação de 24 horas caso as empresas continuem "suprimindo" cobradores nos ônibus durante o dia.
Desde a nova licitação do transporte, em 2003, e a consequente implantação da bilhetagem eletrônica, pelo menos 350 cargos de cobradores foram suprimidos em Londrina. Em assembleia, os trabalhadores aceitaram a supressão de cobradores a partir das 19 horas.
"As empresas estão escalando ônibus durante o dia sem cobradores. Isso não é permitido e, se isso continuar, vamos fazer a paralisação de protesto durante 24 horas", afirmou o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, em entrevista ao BONDE.
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Segundo ele, o sindicato encaminhou correspondência às empresas na qual informa sobre a deliberação da assembleia. Os trabalhadores aprovaram a paralisação e delegaram à diretoria do sindicato escolher "a melhor oportunidade" para que o protesto seja realizado. "Ainda não definimos uma data porque estamos esperando que nossa correspondência tenha algum efeito nas empresas", disse João Batista.
O sindicalista explicou ainda que o anexo 4 do edital de licitação, que contratou as empresas em 2003, prevê que os cobradores devem ser mantidos no sistema, salvo se a extinção dos cargos for aprovada em convenção coletiva. "Nós já negociamos a extinção do cobrador à noite e não vamos negociar mais demissões", disse João Batista.
Segundo ele, as empresas alegam que a demissão dos cobradores poderia baratear o preço do transporte, argumento que não convence a categoria. "Cidades que extinguiram 100% dos cobradores não registraram qualquer queda no valor da passagem, como é o caso da Maringá".
Hoje o transporte coletivo em Londrina emprega 800 motoristas e aproximadamente 450 cobradores.