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Transporte coletivo

Discussão sobre tarifa tem 4 comissões

Redação - Folha de Londrina
23 jun 2003 às 20:41

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Se a disposição em formar comissões para debater o transporte coletivo fosse um indicativo de queda do valor do passe, os londrinenses já estariam pagando menos pela passagem de ônibus há algumas semanas. Desde o reajuste da tarifa, que no começo do mês teve seu valor alterado de R$ 1,35 para R$ 1,60, surgiram várias propostas de criação de grupos para discutir o tema.

A iniciativa mais recente é dos acadêmicos do 3º ano de Direito da Universidade Norte do Paraná (Unopar), que estão com a idéia de criar uma associação com representantes de entidades como o Rotary Club, maçonaria, sindicatos e associações de moradores. O grupo discutiria todas as questões do transporte coletivo, desde a qualidade do serviço até o valor da tarifa.

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''A lei federal nº 8.987, de 1995, que dispõe sobre concessão de serviços públicos, prescreve no artigo 29 que deve ser estimulada a formação de associações de usuários destes serviços'', afirma Joselito Tânios Hajjar, representante dos acadêmicos. Na quarta-feira, às 19 horas, será realizada uma reunião pública no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), onde será discutida a formação de uma comissão provisória que irá elaborar o estatuto da associação.

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A proposta dos acadêmicos é quase idêntica ao projeto de lei nº 166/2003, do vereador Sidney de Souza (PTB), protocolado na Câmara na sexta-feira. A matéria, que só deverá ser apreciada em agosto devido ao recesso dos vereadores, cria o Conselho de Política Tarifária do transporte coletivo de Londrina. ''Esse grupo dará transparência ao serviço e oportunidade para que os usuários opinem'', defende Souza. O Conselho seria igualmente composto por representantes de diversos setores.

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Os outros dois grupos sugeridos nas últimas semanas são uma comissão que iria analisar a planilha do reajuste da tarifa, anunciada pelo presidente do Legislativo, vereador Orlando Bonilha (PL), em audiência pública realizada na Câmara há duas semanas, e um comitê proposto pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) para que o poder público possa discutir com estudantes universitários o valor da tarifa.


Essa súbita onda de comissões em torno do transporte coletivo gera desconfiança entre os representantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). ''Parece que a discussão da tarifa está sendo pulverizada na criação de vários grupos, enquanto o assunto central, que é o aumento, vai sendo esquecido'', critica Rafael Morais Português, um dos coordenadores do DCE.

O estudante adianta que os universitários serão ''criteriosos'' ao decidir que participação terão nestas comissões, e sugere que muitas delas podem ter interesses políticos. ''Sempre vão existir oportunistas'', afirma. O presidente da CMTU, Wilson Sella, vê com ''simpatia'' o interesse recente em torno do transporte coletivo, mas acha que as várias comissões sugeridas devem ser centralizadas numa só.


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