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Em Londrina

Escola Oficina vive crise financeira

Redação - Folha de Londrina
04 jul 2003 às 19:31

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Salários atrasados, falta de profissionais, encerramento de cursos e dificuldades até para manter o cardápio de refeições das crianças. Essas são as dificuldades enfrentadas pela Escola Oficina, centro de apoio à crianças de risco mantido pela Associação da Criança e do Adolescente de Londrina (Acalon).

A crise financeira da instituição se agravou depois que o convênio mantido com o município foi suspenso. Uma auditoria da Prefeitura apontou distorções no número de atendimentos estipulado em contrato, 168 crianças por mês, para liberação de cerca de R$ 9,5 mil mensais. Como o número foi menor, o órgão pediu a devolução de R$ 68 mil.

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Na escola, que tem 10 anos de atividades, o clima de tensão e as dificuldades já foram percebidas pelas crianças. ''Antes no café a gente tinha leite, agora é chá. No almoço também tinha mais coisas, tipo salada e essas coisas, esses dias só tinha macarrão e arroz'', conta E.F.M., 17 anos. Ele frequenta a Escola Oficina há dois anos e diz que essa é a pior fase da escola. ''O pessoal anda nervoso e tem uns que estão um tempão sem receber'', diz, referindo-se ao atraso de dois meses no salário dos 26 funcionários. As dificuldades financeiras também fecharam a oficina de informática e deixaram a escola sem psicólogo e assistente social.

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A auditoria da Prefeitura deve se manifestar no início da próxima semana para responder o pedido de reavaliação do caso impetrado pela Acalon. Segundo o auditor Oswaldo Alves de Lima, se as justificativas da instituição forem aceitas o convênio poderá ser retomado e a devolução das verbas cancelada. Um dos principais argumentos da Acalon é que as crianças atendidas - muitas delas menores infratores - têm frequência irregular às atividades que, contudo, tem custo fixo para serem mantidas.

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Uma reunião entre a diretoria da Acalon e a secretária da Ação Social, Maria Luíza Rizotti, foi realizada anteontem para discutir os problemas da Escola Oficina. Segundo a secretária, a Acalon está também em negociação como governo do Estado para tentar obter novo convênio. Outra opção é refazer o convênio com o município sob novas diretrizes a serem definidas pela secretaria.


''O convênio poderia ser refeito caso o sistema fosse reestruturado. Uma das propostas é aumentar o atendimento, trazer a comunidade para dentro da escola e mudar o direcionamento pedagógico'', comentou. Atualmente, a Escola Oficina tem estrutura para atender cerca de 150 crianças com aulas regulares e cursos e oficinas diversas.

Segundo Maria Luíza, caso a auditoria não aprove a justificativa ou a Acalon não aceite as diretrizes propostas e desista do projeto, a Prefeitura vai assumir a escola. ''Está fora de cogitação fechá-la'', garantiu. A presidente da Acalon, Sônia Sclassara, confirmou os problemas mas prefere se pronunciar depois de uma reunião da diretoria da instituição, quando os membros vão definir posições.


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